Terceirizados da prefeitura acampam em frente ao Fórum contra demissões
Funcionários terceirizados pela prefeitura de Campo Grande, através dos convênios com a Omep e a Seleta, montaram um pequeno acampamento em frente ao Fórum da Capital, em protesto à decisão judicial que manda o Executivo demitir os cerca de 4 mil trabalhadores ligados às ONGs, além de romper os respectivos contratos.
A medida foi tomada à pedido do MPE (Ministério Público Estadual) após estourar a Operação Urutau, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Tanto o presidente da Seleta como a da Omep foram presos por suspeita de corrupção. Entre as acusações, há desvio de verbas e contratação de funcionários fantasmas.
O grupo que está em frente ao Fórum tem cerca de 30 pessoas e promete permanecer no local até amanhecer. Os trabalhadores, que ainda não foram demitidos mas estão impedidos de entrar no serviço, levaram faixas, uma delas dizendo que passarão fome se não receberem os salários, além de um pano formando um fantasma.
Nas redes sociais, os funcionários estão se organizando para ampliar a movimentação no local, convocando mais pessoas para irem ao local. Elas dizem contestam a decisão da Justiça, afirmando que não podem ser prejudicadas por causa da má gestão feita pelos dirigentes da Omep e da Seleta.
Os protestos nas ruas de Campo Grande começaram no sábado (17), na praça Ary Coelho, fechando na avenida Afonso Pena. O mesmo aconteceu no domingo (18) e hoje (19) pela manhã, mas na praça do Rádio Clube. As manifestações devem prosseguir durante a terça-feira (20) no Centro da cidade.
Protesto com o prefeito - Nesta manhã, o prefeito Alcides Bernal (PP) compareceu ao protesto dos terceirizados declarando apoio aos mesmo. Serviços como creches públicas e apoio à moradores de rua, por exemplo, tiveram que ser suspensos por falta de funcionários, já que grande parte deles eram contratados via os dois convênios.
"Meia dúzia de fantasmas ligadas aos vereadores não representam nem 10% de vocês, que são excelente trabalhadores", declarou Bernal, ao subir no caminhão com som e conversar com os presentes na manifestação, que fechou a Afonso Pena entre as ruas 25 de Dezembro e Arthur Jorge, no sentido Parque dos Poderes/Centro.