Brincando de estátua, urutau faz visita ao Campo Grande News
Ave da mesma espécie foi vista no Bairro Mata do Jacinto no último domingo
Nesta manhã (15) fresca pós-chuva, o jardim de inverno da redação do Campo Grande News recebeu visitante muito especial: um urutau, espécie popularmente conhecida como mãe-da-lua e ave-fantasma.
RESUMO
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Um urutau, ave conhecida popularmente como mãe-da-lua ou ave-fantasma, foi flagrado nesta manhã (15) no jardim de inverno da redação do Campo Grande News. A ave, que possui capacidade natural de camuflagem devido à coloração semelhante a um tronco de árvore, permaneceu imóvel em uma planta costela-de-adão, atraindo a atenção dos funcionários. Típica do Cerrado e de hábitos noturnos, a espécie é conhecida por seu canto melancólico e se alimenta principalmente de insetos noturnos. No domingo anterior (13), um exemplar da mesma espécie também foi avistado no Bairro da Mata do Jacinto. A ave, que não representa perigo, permaneceu tranquila no local, ocasionalmente abrindo os olhos para observar quem se aproximava.
Com a cabeça virada para cima e os olhos fechados, o bicho parece meditar mirando o alto. Às vezes, abre os olhos como quem está atento a quem se aproxima, mas não se intimida. Ele permanece imóvel "brincando" de estátua.
O corpo do urutau é da cor de um tronco de árvore e suas penas imitam a textura da madeira, por isso, ele tem a capacidade de se camuflar. No jornal, ele preferiu posar num talo de costela-de-adão ainda umedecido pelas gotas de chuva. Não passou despercebido, é claro. Todo mundo parou para tirar uma foto, mas com cuidado para não assustá-lo.
No domingo passado (13), ave da mesma espécie foi vista parada numa árvore no Bairro da Mata do Jacinto.
Segundo o veterinário de animais silvestres, Rodrigo Leal, pode não ser o mesmo indivíduo.
"A ave faz movimentos migratórios, sim, principalmente nos inícios da estações. Ela está adaptada ao meio urbano e é possível haver deslocamento. Só que provavelmente não é o mesmo animal. Eles são territorialistas, gostam de ficar num mesmo local por um grande período de tempo", explica.
O veterinário acrescenta que estamos no período de reprodução do urutau Durante o dia, ele descansa, mas pode sair à noite para acasalar e caçar.
Não é possível saber se é um macho ou fêmea. "Dá para ver que é um animal adulto. Como não tem dimorfismo sexual, não tem diferenças visíveis entre machos e fêmeas. Pode ser que esteja procurando lugar para fazer ninho. Ele faz um mimetismo para chocar", continua.
Rodrigo alerta que a ave fica "boba" durante o dia e que é preciso deixá-la quieta, sem tocar ou se aproximar, para evitar que ela se machuque.
É interessante isolar o lugar, deixar o bicho tranquilo porque ele já tem que se adaptar a essa antropização que nós fizemos no ambiente natural. E geralmente quando acontece o aparecimento desses animais, eles são importunados ao ponto de abandonar local que não é fácil para ele escolher, colidindo numa árvore ou prédio durante o dia. Pode fazer muito mal para ele. Temos que deixar o bichinho na paz. Importunar animal silvestre é crime ambiental", finaliza.
Enigmática - A mãe-da-lua é assim chamada pelos seus hábitos noturnos e seu canto melancólico, até assustador para alguns. Ela é típica das matas do Cerrado.
Há uma lenda popular na Bolívia envolvendo a ave. Ela conta sobre um amor perdido entre uma indígena e um pajé, que virou o canto de lamento que o urutau entoa quando a lua crescente surge no céu.
Mais sobre a ave - O urutau alimenta-se de insetos noturnos, em especial de grandes mariposas, cupins e besouros. Ele os caça durante voos.
Não é uma ave perigosa. Pelo contrário, é tranquila e segue dormindo ao lado da redação.
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