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Comportamento

Com mais de 600 espécies, confira roteiro para ‘passarinhar’ em MS

Passeios destinados à contemplação das espécies rendem lindos registros e momentos de tirar o fôlego

Por Idaicy Solano | 18/08/2024 07:10
Registro de beija-flor na Pousada Aguapé, em Aquidauana (Foto: Renato Machado/Pousada Aguapé)
Registro de beija-flor na Pousada Aguapé, em Aquidauana (Foto: Renato Machado/Pousada Aguapé)

Com uma variedade de cores, tamanhos e espécies, Mato Grosso do Sul é um Estado privilegiado quando o assunto é a observação de pássaros. O simples ato de contemplar e admirar as aves tem nome, e se chama “Birdwatching”. De tradução literal “observar os pássaros”, a prática ganhou o apelido carinhoso “passarinhar”, e reúne milhares de admiradores.

Segundo dados da Fundtur-MS (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), existem aproximadamente 650 espécies de aves vivendo livremente em ambientes rurais e urbanos em Mato Grosso do Sul.

Com mais de 400 delas catalogadas apenas em Campo Grande, tanto a Capital quanto várias cidades do Estado investem em passeios destinados à observação e contemplação das espécies, que rendem lindos registros e momentos de tirar o fôlego.

Na cidade de Bonito, um dos principais destinos de ecoturismo do país, a Observação de Aves é um dos passeios opcionais oferecidos na Estância Mimosa. O passeio tem roteiro específico e é acompanhado por um guia especializado.

O percurso é realizado na mata ciliar do Rio Mimoso, dentro da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) e também nas áreas de mata e morraria da fazenda no início da manhã. A sede da fazenda também é um excelente ponto para observação, assim como as estradas internas.

Outra opção é a Passarinhada, um roteiro mais curto, realizado nas redondezas do receptivo, ideal para iniciantes na atividade de observação de aves ou para quem gosta de fotografar e observar a vida silvestre.

Em ambas as modalidades, está incluso no passeio a Lista de aves da Estância Mimosa, publicação para auxiliar os turistas na identificação das espécies durante a realização da atividade.

Segundo a diretora de Sustentabilidade do Grupo Rio da Prata (grupo de atrativos que inclui a Estância Mimosa, Recanto Ecológico Rio da Prata e Lagoa Misteriosa, localizados nas cidades de Bonito e Jardim), Luiza Coelho destaca que já foram catalogadas mais de 268 espécies de aves no local, entre elas Tiriba Fogo (Pyrrhura devillei), Pipira Vermelha (Ramphocelus carbo), Maria-pechim (Myiopagis gaimardii), entre outras.

“Em junho deste ano tivemos um registro inédito de uma Harpia, também conhecida como Gavião Real, a maior ave de rapina do Brasil. Este marco é de grande importância para nós e para a conservação da fauna brasileira. A ave é uma das espécies ameaçadas de extinção e é classificada como Vulnerável na lista vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature's Red List)”, destaca Luiza.

O valor da experiência é R$ 160 por pessoa, e a idade mínima para participar é de 6 anos. Crianças devem estar acompanhadas dos pais ou responsáveis. Para mais informações sobre a atividade, basta entrar em contato pelo telefone (67) 99616-3082.

(Foto: Reprodução/Estância Mimosa)
(Foto: Reprodução/Estância Mimosa)
(Foto: Reprodução/Estância Mimosa)
(Foto: Reprodução/Estância Mimosa)

Em Aquidauana, a Pousada Aguapé oferece passeios exclusivos direcionados para dois tipos de públicos:  os fotógrafos e os passarinheiros (birdwatchers). A atividade conta com guia, equipamento e transporte exclusivos. É possível fazer o passeio de carro ou barco.

Segundo a  gerente geral da pousada, Joana Tatoni Murano, são 375 espécies catalogadas na propriedade, e a observação de aves é feita dentro da área da fazenda, que possui 2,5 mil hectares.

Dentre as aves catalogadas lá, tem jaçanã, urutau, garça-real, gavião-gato, murucututu, martim-pescador-da-mata, picapauzinho-escamoso, falcão-caburé, maitaca-verde, entre outras variedades.

O valor da experiência é R$ 600 por pessoa. Para mais informações sobre a atividade, basta entrar em contato pelo telefone (67) 99963-0181.

(Foto: Reprodução/Pousada Aguapé)
(Foto: Reprodução/Pousada Aguapé)

Na cidade de Jardim, a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), Buraco das Araras tem 175 espécies catalogadas, incluindo pica-pau louro, rapazinho-do-chaco, murucututu, arara vermelha, entre outros. O local é estimado como uma das maiores concentrações de araras-vermelhas no período reprodutivo, com cerca de 120 indivíduos.

A estrutura da reserva é equipada com dois decks para observação, e o passeio dura de quatro a oito horas. O passeio é feito com monitores ambientais especializados na observação/fotografia de aves.

Para mais informações sobre a atividade, basta entrar em contato pelo telefone (67) 99995-2586.

Reserva Buraco das Araras, em Jardim (Foto: Reprodução/Buraco das Araras)
Reserva Buraco das Araras, em Jardim (Foto: Reprodução/Buraco das Araras)
(Foto: Reprodução/Buraco das Araras)
(Foto: Reprodução/Buraco das Araras)

Em Campo Grande, dá para conhecer mais de 400 espécies de aves. Em estudo produzido pelas biólogas Simone Mamede e Maristela Benites, as profissionais catalogaram 30 locais na cidade perfeitos para fazer a observação sem precisar sair da Capital.

Nos lugares apontados, é possível ver mais de 100 espécies em cada um deles. Compondo a lista estão locais como a Praça Itanhangá, canteiro da Avenida Afonso Pena, Parque Ecológico do Sóter e Parque das Nações Indígenas. Dentre as espécies de aves catalogadas em Campo Grande, estão a arara-canindé, príncipe, rapazinho-do-chaco, falcão-peregrino e periquitão. Clique aqui para acessar a lista completa de locais propícios para a observação.

Em Campo Grande existem empresas que realizam roteiros de observação de aves. Entre as indicadas pela Prefeitura estão a Eecoo sustentabilidade, disponível no número (67) 98115-4782, Instituto Arara Azul no número (67) 99943-4676, Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo no número (67) 99961-5708.

Confira dicas para começar a observar os pássaros 

É recomendado levar binóculo para melhor visualização.

Caso não tenha conhecimento, não é recomendado entrar na mata sozinho, e fazer o passeio de preferência acompanhado de um guia especializado em aves.

A orientação é caminhar lentamente e sem movimentos bruscos pela vegetação, porque o silêncio é fundamental.

É recomendado usar trajes com cores discretas e respeitar uma distância mínima para que a ave não se sinta ameaçado.

Para finalizar, basta ter paciência e olhos bem atentos.

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