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Capital

Termo de cooperação é assinado para cirurgias em vítimas de violência doméstica

Parceria entre Tribunal de Justiça e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica foi oficializada nesta quinta

Natália Olliver | 11/05/2023 18:36
 Representantes do TJMS e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica durante assinatura do termo de cooperação (Foto: Alex Machado)
 Representantes do TJMS e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica durante assinatura do termo de cooperação (Foto: Alex Machado)

Mulheres vítimas de violência doméstica, que ficaram com alguma sequela física, poderão passar por cirurgias reparadoras 30 dias após o primeiro atendimento. A ação que também se estenderá a crianças e adolescentes é uma parceria do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e Fundação IDEAH/SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).  O termo de cooperação foi assinado na tarde desta quinta-feira (11), em Campo Grande.

Ainda não há um número exato de quantas mulheres devem realizar as intervenções médicas, mas Luciano Chaves Wagner, presidente nacional do IDEAH, garantiu que todas as vítimas serão operadas, caso seja constatada a necessidade e o desejo delas de fazer as cirurgias.

“Os tribunais devem capitanear os pacientes que desejam a avaliação. Na sequência, agendaremos o atendimento ambulatorial - no qual se pede exames e é avaliada a viabilidade do procedimento -, depois faremos um planejamento das cirurgias 30 dias após a primeira consulta”, explicou Luciano.

Luciano Chaves Wagner, presidente nacional do IDEAH (Foto: Alex Machado)
Luciano Chaves Wagner, presidente nacional do IDEAH (Foto: Alex Machado)

O termo é válido por dois anos e há expectativa de que o prazo de vigência seja estendido. ”Não estamos estabelecendo número máximo, o número de pacientes que tiverem sido contabilizados serão atendidos. Queremos que o projeto se mantenha. Mas não podemos fazer isso exclusivamente em mutirões, depois teremos o ambulatório especializado no atendimento das mulheres vítimas de violência”, completou.

Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS, explicou que apesar da existência de muitas vítimas de violência doméstica no Estado, o mutirão só poderá atender aquelas que forem indicadas pela Vara responsável pelo atendimento às mulheres, crianças e adolescentes. Ou seja, é necessário que a Justiça tenha conhecimento do caso.

"Vítimas existem várias, mas aquelas que exigem intervenção, essas tem que ser levantadas e classificadas. Não se trata de estética. Isso é, por exemplo, quando uma mulher é agredida pelo companheiro ou marido, com ácido, água quente. Isso pode recuperar a autoestima, aí entra o cirurgião. Vamos fazer o levantamento ao longo da vigência", explicou Sérgio Martins.


Termo de cooperação entre TJMS e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica foi oficializado nesta quinta-feira (Foto: Alex Machado)
Termo de cooperação entre TJMS e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica foi oficializado nesta quinta-feira (Foto: Alex Machado)

Cirurgias - Os procedimentos poderão ser feitos através do SUS (Sistema Único de Saúde) ou de forma voluntária por cirurgiões e hospitais credenciados pelo sistema. O atendimento será oferecido por cirurgiões plásticos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, também de maneira voluntária e gratuita.

O cirurgião César Benavides, presidente da Sociedade Brasileira de cirurgiões em Mato Grosso do Sul, disse que a iniciativa é de suma importância e tem sido uma demanda cada vez mais latente. Ele também ressaltou que ainda não há previsão do ambulatório que será criado após os mutirões.

“Não há um prazo estabelecido para criação do ambulatório. À medida em que virmos o reflexo do mutirão, acredito que não vai parar por aqui, inclusive isso vai inspirar os outros estados. Isso já foi realizado em Goiás, no Distrito Federal e outros cinco lugares. Vamos devolver a autoestima e dignidade às mulheres vítimas de violência doméstica", destacou César Benavides.

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