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Capital

Trabalhador abre mão da "folga" para ganhar extra e ajudar estudantes no Enem

Além do dinheiro, quem trabalhou neste domingo diz que tenta de tudo para facilitar vida dos candidatos

Por Natália Olliver | 10/11/2024 13:43
Motorista de aplicativo tenta melhorar rota para que estudante não se atrase (Foto: Juliano Almeida)
Motorista de aplicativo tenta melhorar rota para que estudante não se atrase (Foto: Juliano Almeida)

O domingo seria de folga se não fosse a segunda fase do Enem 2024 (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado neste domingo (10). Quem trabalha na "escala 5x2" ou "6x1", foi para a rua ganhar um extra e conta que, além do dinheiro a mais, conseguir ajudar os estudantes é gratificante. Isso porque os serviços prestados foram essenciais para os candidatos antes da prova, como a venda de alimentos na frente da Uniderp, localizada na Rua Ceará e a locomoção até a universidade.

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O domingo, que normalmente seria um dia de folga, foi marcado pela segunda fase do Enem 2024. Muitos profissionais, como vendedores de alimentos e motoristas de aplicativo, aproveitaram a oportunidade para ganhar um extra e ajudar os candidatos, que enfrentavam a prova. A venda de alimentos e o transporte foram essenciais para os estudantes, especialmente diante da alta demanda por serviços nesse dia. Apesar da correria e da busca por lucro, muitos profissionais demonstram empatia e auxiliam os candidatos a chegarem a tempo, mesmo com o trânsito intenso. A segunda fase do Enem contou com 90 questões de Ciências da Natureza e Matemática, mas alguns candidatos foram impedidos de realizar a prova por problemas com a documentação. É fundamental lembrar da importância de apresentar o documento original com foto para realizar a prova.

Leida Anastácio é proprietária de um trailer de comida no local, ela normalmente não trabalha aos domingos, mas abre exceção em dia de concursos públicos ou provas de vestibular. A atitude é uma maneira de levar dinheiro extra para casa. Mas, além disso, uma forma de facilitar a vida dos candidatos.

“Eu penso que a gente ganha e ajuda eles também, porque aqui não tinha nada, eles não tinham aonde ir, o que comer aqui perto. Então eu ganho eles também, é uma via de mão dupla, é gratificante”, comenta.

Água foi o item que os estudantes mais compraram no estabelecimento, mas ela garante que saiu de tudo um pouco, pastel, lanche e espetinho.

Leida Anastácio é proprietária de um trailer na frente da Uniderp (Foto: Juliano Almeida)
Leida Anastácio é proprietária de um trailer na frente da Uniderp (Foto: Juliano Almeida)

Para chegar até o local das provas, os candidatos, muitas vezes, optam pelo deslocamento via carro de aplicativo. O que não faltam são motoristas que tentam fazer com que eles cheguem a tempo, mesmo com trânsito.

Anderson Ferreira de Souza é motorista nas plataformas disponíveis há 1 ano, faz o que é possível para que os passageiros não percam a prova. “Quando você vê que eles estão quase no horário, acelera um pouco mais para ajudar a pessoa, já vi colegas fazendo o mesmo. Fura semáforo quando dá. Pegar alternativas mais rápidas”.

Nem tudo são flores, muitos profissionais correm devido ao número escasso de motoristas diante da demanda. Então, quanto mais rápido terminar, maior a chance de conseguir a próxima. Entretanto, Anderson pontua que não se trata apenas de dinheiro e que muitos, de fato, ajudam os candidatos.

“Existe uma mobilização de todos nesses dias. Se você está vendo a pessoa atrasada, tenta ajudar para o bem da pessoa, sem interesse. Já cheguei com alguém que o portão fechou, ficou para fora, mesmo tentando".

Anderson Ferreira, motorista de aplicativo fura o sinal quando pode para ajudar (Foto: Juliano Almeida)
Anderson Ferreira, motorista de aplicativo fura o sinal quando pode para ajudar (Foto: Juliano Almeida)

Na primeira fase do Enem, o cenário foi parecido, muitas pessoas, pouca oferta de carros e motos e inúmeros atrasos. ”Muito movimento, muitas pessoas atrasadas, muita gente pedindo e o contingente de motorista não dá conta”, pontua.

Prova - Neste domingo, os candidatos de todo o país enfrentam 90 questões de Ciências da Natureza e Matemática. A Universidade Uniderp é um dos maiores locais de aplicação do exame em Mato Grosso do Sul. As provas seguem em todo o estado com duração de cinco horas, encerrando às 17h30, já no horário local.

Na segunda fase houve quem ficou de fora da prova por esquecer o documento de identificação ou não conseguir entrar usando outro. É importante lembrar que não são aceitas capturas de tela dos documentos digitais, sendo obrigatória a apresentação do RG ou CNH em aplicativos oficiais. O e-Título também é válido desde que esteja com foto.

Já na primeira fase o erro foi com o horário. Muitos confundiram com o de Brasília. Nesta fase o cenário se repetiu, porém, com menos casos.

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