TRE arquiva inquérito de rapaz que passou cola em urna em eleição presidencial
Para Justiça, não há justa causa para início de ação contra o rapaz que agiu por não "suportar polarização"
O TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) determinou o arquivamento do inquérito policial sobre o caso do jovem que passou cola em uma urna durante as eleições, em outubro de 2022.
O aparelho foi substituído pelo TRE-MS e Gabriel Scherer da Costa, de 22 anos, foi levado para a sede da Polícia Federal no domingo. Após dois dias, ele passou por audiência de custódia e foi liberado. Ao ser indagado pelo juiz sobre a sua atitude, o jovem disse “não suporto mais a polarização”.
Na época, o advogado dele, Joaquim Oliveira Neto, explicou que o rapaz já havia feito tratamento para TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), mas há cerca de um ano teve que enfrentar o luto pela morte do pai, por covid-19. "No momento em que usou a cola na urna, o rapaz se viu como um super-herói, achou que colando as teclas ninguém mais iria votar, mas depois que saiu da escola viu o que fez e se arrependeu”, conforme o advogado.
Após o arquivamento pela 8ª Zona Eleitoral, nesta semana, o advogado destacou em nota à imprensa que há ausência de justa causa para continuidade de investigação e instauração de ação penal.
“Não houve o arquivamento por falta de provas ou até uma absolvição, nada disto, o trabalho respeitável da Polícia Federal, com concordância do Ministério Público e do Judiciário Eleitoral estabeleceram que, seja qual foi o fato ocorrido e, principalmente suas circunstâncias, não constituem elementos suficientes para a instauração de procedimento judicial”, destaca o advogado Joaquim Soares de Oliveira, em nota divulgada pelo escritório de advocacia Joaquim Oliveira Neto.