UFMS diz que proibir marmita no RU é de responsabilidade da empresa licitada
Instituição cobra R$ 15 por prato ao público geral, preço muito maior que algumas das principais universidades
De acordo com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a proibição de alunos levarem alimentos próprios em marmitas e comerem no RU (Restaurante Universitário) é de responsabilidade da empresa que administra o local, definida por meio de licitação.
Ontem, o Campo Grande News reportou que, por estarem impedidos de fazer as refeições neste local, os estudantes não teriam espaços apropriados para a alimentação. Muitos, inclusive, estudam em período integral e acabam passando mais de um turno no campus.
Vale ressaltar ainda que o Passe do Estudante só garante uma ida e volta por dia, o que dificultaria um eventual retorno para casa para fazer a refeição, por exemplo.
A reportagem questionou a UFMS sobre os motivos da restrição, e se haveria disponibilização lugares próprios para a alimentação, mas a administração da instituição, por meio da assessoria de imprensa, se limitou a dizer que a "licitação compreende a concessão de todo o espaço do RU, cozinha, equipamentos e refeitório, para que a empresa forneça a refeição à comunidade universitária".
Desta forma, se eximiria da responsabilidade de garantir condições adequadas de alimentação diária dos milhares de alunos em Campo Grande. A empresa Paladar Nutri, contudo, não atendeu ligações ou respondeu mensagens do Campo Grande News, perguntando sobre o porquê desta regra.
Tal situação ocorre semanas após a oficialização do preço cobrado para o almoço e janta - de R$ 15,01 para o público em geral, valor muito distante do que outras universidades públicas do País.
Na USP (Universidade de São Paulo), a refeição custa R$ 1,90 a todos os alunos, enquanto na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), por exemplo, o valor é de R$ 2. Em outras instituições, tais como a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o preço praticado é de R$ 1,50, para todos acadêmicos.
Nestes casos, o bandejão possui subsídio das instituições, diferente da UFMS, que decidiu não custear parte da alimentação do corpo discente. O subsídio da UFMS continua para matriculados considerados de baixa renda ou que estejam inscritos no Cadúnico (Cadastro Único dos Programas Sociais), que pagam R$ 3.