Um ano depois, PM abre processo contra oficial que matou marido
Três oficias da PM vão conduzir a investigação e julgar a conduta da tenente-coronel Itamara Lopes Nogueira
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul deu início ao processo de avaliação sobre a conduta da tenente-coronel Itamara Romeiro Nogueira, 41 anos, que confessou ter matado a tiros o marido Valdeni Lopes Nogueira, 47 anos, no dia 12 de julho de 2016.
A policial ocupa, atualmente, a função de ajudante de ordem no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Itamara responde pelo assassinato do marido em liberdade, desde o dia 19 de julho do ano passado.
A tenente-coronel é alvo do Conselho de Justificação, a mais elevada instância de punição administrativa para os oficiais, publicado na edição do Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (11). O decreto foi assinado em 6 setembro pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e nomeia três oficias da PM que vão conduzir a investigação e julgar a conduta de Itamara, que pode levar a demissão da colega.
No final de 2016, a Polícia Civil encerrou inquérito sobre o crime e concluiu que a tenente-coronel Itamara Romeiro Nogueira cometeu o ato por legítima defesa. O inquérito contendo 323 folhas foi encaminhado ao Poder Judiciário.
Passado mais de um ano do crime, a Justiça de Mato Grosso do Sul marcou para o dia 3 de outubro, às 13h30, a primeira audiência do caso. De acordo com informações do processo, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, juntamente com o promotor da 20ª promotoria de Justiça, Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, irão ouvir dez testemunhas de acusação.
Já no dia 21 de novembro de 2017, também às 13h30, a Justiça e o Ministério Público irão colher depoimentos de oito testemunhas de defesa da ré.
Ainda conforme o processo, Itamara é defendida pelos advogados José Roberto Rodrigues da Rosa e Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva. Já a acusação conta com dois assistentes, os advogados Aparecido Tinti Rodrigues de Farias e Edson José dos Silva.
Caso - Na tarde de 12 de julho de 2016, o casal estava discutindo em casa e, por volta das 16h30, a mulher teria efetuado ao menos dois disparos contra o marido. Com a chegada da PM, Itamara teria se trancado na residência e se negado a entregar a arma, mas confessou o crime.
Itamara afirmou a Justiça que foi vítima de violência doméstica, que já ocorria há tempos, e desta vez, agredida com socos e tapas, teria sido ameaçada de morte pelo marido e agiu em legítima defesa.