ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
OUTUBRO, SEGUNDA  14    CAMPO GRANDE 30º

Capital

Usuários dizem que paralisação de motoristas de aplicativo não afetou serviço

Usuários da plataforma relataram não ter dificuldade em solicitar corrida com motoristas de aplicativos

Idaicy Solano e Mariely Barros | 15/05/2023 12:20
Carmélia Pereira estava solicanto uma corrida enquanto falava com a reportagem. (Foto: Mariely Barros)
Carmélia Pereira estava solicanto uma corrida enquanto falava com a reportagem. (Foto: Mariely Barros)

Apesar da Applic/MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul) anunciar paralisação de parte dos motoristas de aplicativo em Campo Grande na manhã desta segunda-feira (15), usuários das plataformas relatam que serviço funcionou normalmente na Capital.

A auxiliar de produção Carmélia Pereira, 42 anos, relata que não estava sabendo da paralisação e que utilizou os serviços do aplicativo da Uber na manhã de hoje para ir até o Centro. Ao ser abordada pela reportagem, a auxiliar, inclusive, estava solicitando um carro novamente, para voltar para casa. Não demorou nem um minuto para que a viagem fosse aceita. "O Uber que eu peguei [mais cedo] não comentou nada comigo. Mas foi bem rápida a primeira viagem também".

A auxiliar declara que reconhece que as taxas, consideradas abusivas pelo motoristas, prejudicam o trabalho dos usuários cadastrados nos aplicativos. "Hoje, você ve que muita gente não quer mais trabalhar como motorista de aplicativo, porque o custo deles pra manter o carro não compensa. Às vezes, os motoristas comentam comigo, até sobre o custo da gasolina. O trânsito também não favorece com esse tanto de buraco, eles acabam saindo no prejuízo”.

O líder de produção André Moreira, 24 anos, relata que notou uma demora na manhã de hoje para encontrar um motorista, mas conseguiu realizar a corrida do Bairro Santa Mônica até o Centro. André declara que diminuir as taxas beneficia não apenas os motoristas, mas os usuários também, pois dessa forma eles não abandonam as plataformas.

"Ficaria bom para eles e para a gente também se baixarem, porque se diminui o número de motoristas, prejudica a gente, porque demora mais para encontrar. Eu uso para resolver emergências, às vezes para ir ao médico, e se não tem motorista fica mais difícil”.

A estudante Gisele Alves, 20 anos, utilizou o serviço por volta das 8h, para ir do Jardim dos Estados até o Monte Castelo, onde faz estágio, e depois pediu outro carro novamente, para ir até o Centro. A estudante não constatou nenhuma anormalidade na hora de solicitar as corridas.

Gisele não estava sabendo da paralisação, mas concorda com a iniciativa, pois acredita que a melhoria dos serviços oferecidos pelos aplicativos, tanto para os motoristas quanto para os passageiros, garante a continuidade do funcionamento. "Se está tirando do bolso deles, é bom que revisem as taxas. Não faz sentido aumentar a cobrança se não tiver melhorias para eles, é bom que paralisem sim. [Os aplicativos] trazem praticidade, porque diferente do táxi você não precisa ir em um ponto ou ligar para um telefone que podem não atender”.

Motorista aceitou a corrida em menos de um minuto, após auxliar solicitar. (Foto: Mariely Barros)
Motorista aceitou a corrida em menos de um minuto, após auxliar solicitar. (Foto: Mariely Barros)

Paralisação - Os motoristas de aplicativo de Campo Grande resolveram aderir à paralisação nacional nesta segunda-feira (15) em protesto contra a defasagem no repasse dos valores das corridas aos motoristas. Apesar da mobilização, até às 8h não havia nenhuma alteração nos valores das corridas.

Na Capital, dos 7 mil motoristas cadastrados nas plataformas da Uber e 99, é esperado que pelo menos metade dos profissionais paralisem suas atividades durante todo o dia, segundo o presidente da Applic/MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro.

Atualmente, os aplicativos cobram taxa de 25% a 40% dos motoristas, e a classe protesta para que esse valor seja reduzido a 12% e 15%. Segundo Paulo, o trabalho não cobre os gastos com o carro, como a manutenção, IPVA, internet para utilizar o aplicativo e a locação dos veículos.

"A ideia é fazer da melhor forma possível a sua manifestação, atingindo as plataformas, não aceitando as corridas e deixando os aplicativos desligados. Não tem como continuar pagando de 25 a 40% de taxa para as operadoras. O gasto que os motoristas têm hoje para manter o carro e atender a população é absurdo", declara o presidente da Applic, Paulo Pinheiro.

A reportagem entrou em contato com os aplicativos de corrida Uber e 99, mas não houve resposta até a publicação da reportagem.

Nos siga no Google Notícias