“Vai viajar? Não vai mais”: bandidos amarraram idosa e tentaram Pix de empregada
Proprietária e empregadas foram agredidas; durante assalto, criminoso fez até roleta-russa na cabeça da vítima
Presos por invadir um imóvel e fazer até roleta-russa com uma arma apontada para a cabeça de uma idosa, Walter Pereira da Silva, de 25 anos, ou "Gringo", e Gabriel dos Santos da Silva, de 20, rasgaram até o passaporte da vítima durante o assalto. "A senhora vai viajar? não vai mais", disse Walter. Além disso, tentaram fazer transferência bancária da conta da funcionária da casa, que fica no Bairro Santa Fé, em Campo Grande.
A reportagem apurou que Gringo cumpria pena em regime semiaberto e trabalhava como estoquista em um supermercado no Jardim dos Estados. Ele estava há meses vigiando a moradora do imóvel, segundo a investigação. Já o comparsa, Gabriel, afirmou que foi preso com carga de droga que pertencia a Walter e estava em dívida. Então, cometeu o crime para quitar o valor.
Naquele dia, 13 de setembro, Gringo foi trabalhar no supermercado e depois avisou o patrão que iria comprar remédio. Então, encontrou com Gabriel e ambos seguiram até o imóvel no Santa Fé. Lá abordaram as vítimas, duas funcionárias, que lavavam a varanda da casa e seguiram para dentro do imóvel.
Eles amarraram as vítimas com uma fita adesiva e, enquanto as duas funcionárias foram colocadas ajoelhadas em frente a uma parede, os criminosos passaram a vasculhar a casa e levaram a proprietária. Eles queriam informações sobre um cofre, sendo que também pediam dinheiro em espécie e armas.
A proprietária informava que não tinha nada do que eles pediam e foi agredida. As funcionárias também foram agredidas. Na sequência, um deles acessou o celular de uma das empregadas, mas constatou que só havia R$ 30 e desistiu da transferência. Depois, pegou o celular da dona da casa e fez uma transferência de R$ 23 mil, mas o banco desconfiou e não procedeu com a transação.
Gabriel contou que Walter ficou irritado com a situação e fazia roleta russa com a arma apontada para a cabeça da idosa. Isso aconteceu por quatro vezes. "Me deitaram no chão", disse a vítima aos policiais. Depois, Walter ordenou que Gabriel rasgasse o passaporte dela. Segundo a Polícia Civil, os criminosos fizeram um verdadeiro terrorismo contra as vítimas.
Após a tortura, a dupla fugiu com 300 dólares, joias avaliadas em R$ 80 mil, celulares e um automóvel da proprietária do imóvel, um Jeep Renegade, que foi abandonado logo em seguida no Bairro Giocondo Orsi.
Prisão - Na quinta-feira (19), Gabriel foi preso no momento em que tentava fugir para Cuiabá. O rapaz tem 20 anos e passagem por tráfico de drogas. À polícia, confessou o crime e disse que na verdade estava fugindo mais por medo de Walter, que ordenou Gabriel a cometer mais roubos porque a dívida ainda não estava quitada.
Walter cumpria pena em regime aberto. "Os policiais identificaram que W.P.S. trabalhava, mediante convênio com o sistema penitenciário, em uma empresa localizada em um bairro nobre, e no horário do almoço e em intervalos para o descanso saía para monitorar imóveis residenciais a serem roubados", discorre nota da Polícia Civil.
Na sexta-feira (20), Walter foi preso no local de trabalho. Ele estava com considerável quantia de dinheiro, proveniente da venda das joias. Com ele, os policiais recuperaram, ainda, um celular pertencente a uma das vítimas e apreenderam a camiseta utilizada no dia do crime.
A reportagem fez contato com a vítima, que optou por não conversar por enquanto. Ela disse que ainda está muito abalada com o caso.
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