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Capital

"Vi a morte de perto", diz mulher após 4 horas sob ameaça com tesoura no peito

Homem alegou que usou esposa como "meio de defesa" com medo de ser morto pela polícia

Por Dayene Paz | 11/03/2024 09:07
Homem chegando na delegacia levado por policiais militares. (Foto: Marcos Maluf)
Homem chegando na delegacia levado por policiais militares. (Foto: Marcos Maluf)

A base de calmantes, a mulher de 51 anos que foi feita refém e ameaçada com uma tesoura pelo marido, tenta superar o trauma da madrugada de domingo (10). "Vi a morte de perto", diz ao relembrar dos momentos de terror. Ao Campo Grande News, a vítima revelou que o marido teve um surto e acreditou que estava sendo perseguido. Isso porque ministrou medicamento controlado e depois ingeriu álcool e drogas.

A mulher descreve que estava deitada para dormir, quando foi surpreendida pelo companheiro por volta de 00h. "Entrou em um surto afirmando que tinha alguém querendo matar ele. Então pulou em cima de mim com a tesoura no meu coração, forçava na minha carne, mas não chegou a cravar".

Foi o próprio autor que ordenou a vítima chamar o bombeiro porque não estava bem. "Liguei três vezes falando da situação e os bombeiros chamaram a polícia. Minhas filhas estavam dormindo, não viram nada porque eu não gritava, ele [autor] pedia silêncio", lembra.

Quando a Polícia Militar entrou no imóvel, retirou as crianças e esvaziou o bloco do apartamento do Residencial Homex, no Bairro Paulo Coelho Machado. "A polícia não tinha o que fazer. Me usava como escudo, com a mão direita no meu pescoço e a esquerda segurava a tesoura, ameaçando cravar ela em mim", discorre.

Durante esse intervalo, a mulher foi agredida. "Eu vi a morte de perto, só confiava em Deus. Em determinado momento, ele começou a pedir água e a polícia disse que daria se me soltasse. A primeira vez, não soltou e eu tentei escapar, mas caí no chão e comecei a passar mal porque sou hipertensa".

Enquanto a vítima passava mal, a polícia pedia que o homem a soltasse. Em um segundo pedido de água, ele a libertou por volta das 4h. Segundo a polícia, o autor fechou a porta do apartamento e começou destruir o local, jogando coisas pela janela como botijão de gás, televisão e objetos de vidro. "A gente só ve isso na televisão. É um trauma muito grande", disse a mulher.

Após preso, o homem foi interrogado e negou ter agredido a vítima. Com cerca de 40 passagens na polícia, confessou ser usuário de drogas, toma remédio controlado e faz acompanhamento no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Agora, responderá por sequestro e cárcere privado, resistência e violência doméstica (ameaça, danos e lesão corporal). O homem passa por audiência de custódia nesta terça-feira (12).

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