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Capital

Violência aumenta nas escolas e diálogo é a solução para crimes

Aliny Mary Dias | 12/09/2013 10:17
Escola Estadual foi palco de morte de adolescente na saída da aula nesta quarta-feira (Foto: Marcos Ermínio)
Escola Estadual foi palco de morte de adolescente na saída da aula nesta quarta-feira (Foto: Marcos Ermínio)

A morte da adolescente Luana Vieira Gregório, 15 anos, após uma briga na saída da Escola Estadual José Ferreira Barbosa no fim da manhã de ontem (11), na Vila Bordon, em Campo Grande, trouxe à tona a antiga discussão sobre a violência nas escolas. Para especialistas, os crimes só irão acabar se as instituições se aproximarem da comunidade e estreitarem o diálogo com as famílias.

Apesar de não existir números e estatísticas por parte da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) sobre os casos de violência dentro e fora das salas de aula, o presidente da instituição afirma que os crimes têm aumentado.

“A violência á algo que não vem de hoje, mas constatamos que ultimamente tem acontecido confusões com vítimas de arma de fogo dentro ou perto das escolas e isso é muito grave”, diz Roberto Botarelli.

Para diminuir as ocorrências, a federação em conjunto com os funcionários da escola realiza debates e seminários para discutir o assunto, mesmo assim, é consenso que a violência precisa sair dos discursos e ser combatida na prática.

“A gente entende que a violência não é gerada dentro da escola, ela vem de fora para dentro. A principal causa é familiar, os pais estão muito ausentes e os adolescentes acabam não tendo o amparo em casa”, explica o presidente da Fetems.

No mês passado, o comando da Guarda Municipal, responsável pelo policiamento das escolas municipais, divulgou que as equipes foram reforçadas para diminuir a criminalidade nas instituições de ensino. Nos próximos 30 dias, segundo o comandante Jonys Cabrera, devem chegar 14 novas viaturas na Capital.

"Com a chegada dos novos carros, vamos ativar as rondas nas escolas. Já temos um mapeamento de áreas mais críticas e com mais problemas". Além do mapeamento, o comandante afirma que os guardas que ficam nas escolas acionam a base da Guarda assim que qualquer problema é identificado.

Conforme a corporação, a equipe foi dividida em sete bases. Atualmente a Guarda possui 1.324 mil profissionais distribuídos em 350 postos de trabalho. 

Diálogo – Envolvido diretamente com a violência das escolas, o doutor em educação, Marcos Paz, realizou uma pesquisa com mais de mil profissionais em todo o Estado para avaliar a situação das instituições.

Entre as conclusões da pesquisa, está o envolvimento da comunidade civil com as escolas. “A questão da violência é reflexo da sociedade, não é um fato isolado da rotina escolar porque as escolas estão contextualizadas em bairros e que sofrem interferências dos seguimentos sociais”, conta o professor.

Para resolver o problema e diminuir os casos, o especialista acredita que a escola deve procurar a comunidade. “A escola tem que fazer uma nova dinâmica, cabe às escolas fazer o debate com a comunidade porque não existe uma receita pronta”, explica.

Existem em Mato Grosso do Sul mais de 12 leis sobre violência nas escolas. Entre as sancionadas estão sobre o videomonitaramento, bullying e o tráfico de drogas nas instituições de ensino.

Morte - Luana Vieira Gregório morreu na Santa Casa de Campo Grande depois de levar uma facada no abdômen na saída do colégio. O crime aconteceu por volta das 11h30 de ontem (11). A suspeita é uma colega de sala, de 16 anos.

De acordo com a Polícia Militar, Luana foi morta porque borrifou um perfume na sala de aula. A agressora, de 16 anos, teria se irritado, porque é alérgica, e decidiu se vingar no final do expediente escolar. A faca acertou o fígado da adolescente.

Uma terceira menina, amiga da rival de Luana, teria levado a faca ao colégio e entregado à agressora, que além de esfaquear Luana na barriga, acertou outra menina, amiga da vítima, também de 15 anos, na perna. As duas feridas foram encaminhadas com vida à Santa Casa.

Luana foi internada no hospital às 12h40. No entanto, após duas paradas cardíacas, a menina morreu às 15h, segundo a assessoria de imprensa do hospital. O crime foi considerado fútil pela polícia. As duas agressoras estão foragidas e o caso é investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

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