Visita na Gameleira II é afetada em manhã de manifestação de agentes
Cerca de 30 pessoas aguardavam em frente à penitenciária, que começou o dia com lentidão no serviço de visitas
A fila de visitas na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II já estava formada antes das 7h desta quarta-feira (4). Toda semana a rotina é igual, mas hoje uma parte do grupo reclamava que não conseguiria ter acesso ao local devido à demora em recolher as carteirinhas e distribuir as senhas.
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Em Campo Grande, uma manifestação de servidores da Agepen causou atrasos e falta de agentes na Penitenciária Gameleira II, prejudicando as visitas de familiares. Cerca de 30 pessoas esperaram na chuva, com reclamações sobre a demora no recolhimento das carteirinhas e distribuição das senhas, gerando incerteza se todos conseguiriam visitar seus parentes presos. Apesar do atraso, a Agepen informou que as visitas seguiriam no período da tarde, com auxílio de agentes de outros setores, garantindo o acesso de todos os visitantes.
Cerca de 30 pessoas esperavam na chuva em frente à penitenciária para fazer a visita que começa às 9h e termina 11h30. Enquanto isso, nesta manhã, servidores da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) participam de manifestação na sede da Agepen, no Bairro Monte Castelo.
Rosilene Barbosa Carvalho, de 51 anos, visita o filho todas as semanas há dois anos. Ela sempre chega antes das 7h, porém hoje não conseguiu seguir a risca esse horário. Até às 9h de hoje, ela não teve a carteirinha recolhida por um agente e comenta que a situação não é justa.
“Isso significa que quem chegou por último não vai entrar para visita. Eu não acho justo que um entre e outro fique pra fora. Ou deveria entrar todo mundo, ou mudar o dia de visita”, diz.
Segundo ela, as famílias dos presos foram informadas que a penitenciária está trabalhando com menos agentes nesta quarta-feira. “Foi informado que isso está acontecendo por conta de hora extra que foi tirada dos agentes, então não tem sete agentes aqui. Para a segurança dos presos e a nossa, não podem fazer a visita como sempre é”, fala.
Outra pessoa que aguardava na fila é Raquel, que só quis se identificar pelo primeiro nome. Ela veio de Bonito para Campo Grande visitar o marido e chegou na noite de terça-feira (3). Desde a madrugada, ela aguardava o início das visitas na Gameleira II.
Para ela, o cenário onde famílias ficam sem saber se vão ou não poder fazer a visita é injusto. “Não é justo se toda vez que forem parar a vida deles (agentes), ou se fizerem greve, nós termos que pagar por isso. Ninguém avisou a gente sobre essa situação, eu cheguei aqui 00h”, relata.
Hoje, ela conseguiu receber a senha, então vai conseguir entrar, porém, se solidariza com quem não teve a mesma sorte. “Todo mundo saiu das suas casas para estar aqui, para poder ver seus familiares. [...] Tem gente que dorme dentro do carro, tem mulheres grávidas e idosas. Todos nós temos direitos de visitar nossos internos. Está chovendo e estamos amontoadas aqui, não tem proteção nenhuma”, pontua.
Procurada pela reportagem, a Agepen informou que as visitas seguem no período vespertino e que agentes de outros setores estão auxiliando no atendimento da Gameleira II. "Além do plantão, servidores que atuam em outros setores do presídio estão ajudando nos trabalhos para possibilitar a visita. A intenção, segundo a direção da unidade penal, é que todas as pessoas entrem para visitar", comunica a Agepen.
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