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Capital

Vivo corta sinal perto de presídio e diz que moradores terão estação móvel

Gabriel Neris e Elverson Cardozo | 02/10/2012 16:49
A comerciante Ana Aparecida da Silva reclama que o corte sinal prejudica seu trabalho (Foto: Rodrigo Pazinato)
A comerciante Ana Aparecida da Silva reclama que o corte sinal prejudica seu trabalho (Foto: Rodrigo Pazinato)

A operadora Vivo  suspendeu, nesta tarde, o sinal de celular na região do Presídio de Segurança Máxima, no jardim Noroeste, em Campo Grande, informou que disponibilizará uma ERB (Estação Rádio Base) móvel em caráter provisório para os moradores da região. O corte foi determinado há um mês, para evitar que o sinal chegue aos presídio e seja usado pelos dentetos.

De acordo com assessoria de imprensa da operadora, a ERB móvel garantirá a utilização dos serviços de voz e dados durante a transferência dos equipamentos da torre para outro local.  A expectativa da empresa é que a estação móvel estará disponível até a próxima segunda-feira (8).

Os moradores que residem próximo ao presídio se depararam na tarde desta terça-feira (2) com o sinal de internet e telefonia móvel oscilando. A operadora informou que desligou o sinal, após a determinação da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), as 11h45 de hoje (2).

A assessoria da Vivo informou que a oscilação é normal, já que os aparelhos recebem sinal de outras ERB da região.

A decisão de desligar o sinal foi tomada após reunião de técnicos de empresa, em Brasília. A medida é coibir os crimes comandados de dentro do presídio com o uso de celulares.

A assessoria de imprensa da Tim também se manifestou. “O sinal de voz e dados não será afetado. A operadora é atendida por uma torre própria distante 1,65 quilômetros da área do presídio. Todos os clientes desta localidade continuarão a utilizar os serviços oferecidos pela operadora dentro da normalidade”, se manifestou a empresa, através de nota oficial.

Reclamação – A manicure Carla Galdino, 29 anos, tem as linhas da Claro, Vivo e Oi. Ela conta que o único sinal que funciona é da Claro, mas com dificuldade, enquanto as outras operadores não funcionam desde as 10h30 de hoje.

Como outros moradores, ela questiona e crítica a medida de suspensão dos sinais. “Aqui tem moradores, tem cidadãos. A gente paga pelo que usa. Acho errado cortar o sinal, deveriam cortar dentro do presídio”, reclama.

Proprietária de um mercado, Luciana de Almeida, 32, diz que tem linhas telefônicas das operadoras Tim, Claro, Vivo e Oi e todas estão fora do ar. O problema de telefonia prejudica também a internet, que impede o uso de cartões de crédito e débito.

Corte no sinal impede que Laelson Soares receba ligações de seus clientes (Foto: Rodrigo Pazinato)
Corte no sinal impede que Laelson Soares receba ligações de seus clientes (Foto: Rodrigo Pazinato)

O presidente da Associação Comunitária Social e Esportiva do Jardim Noroeste, Antonio Vieira, 56, relata que conversou com a esposa, que tem celular da operadora Oi, por volta das 14h de hoje. Quinze minutos depois já não obteve êxito.

“A comunidade não deve pagar por uma coisa que acontece lá no presídio”, diz Vieira, irritado com a decisão judicial. “Deveriam barrar a entrada de celular”, completa.

Dono de uma bicicletaria por cinco anos, Laelson Soares, 49, reclama que o corte do sinal atrapalhará seu trabalho. Ele diz que tem as linhas das quatro operadoras e será prejudicado já que utiliza o telefone móvel para atender seus clientes.

Ana Aparecida da Silva, 22, é dona de um mercado na rua lateral do presídio. Ela diz que a oscilação da internet da operadora Oi é constante desde a última sexta-feira. “Quando consigo falar no telefone, a ligação cai”, conta.

Estudante de Administração Marilene Martins mostra aparelho celular sem sinal da operadora
Estudante de Administração Marilene Martins mostra aparelho celular sem sinal da operadora

A máquina de cartão de crédito e débito conta com chip da Oi e também não funciona. Ela faz as contas e diz que terá prejuízo de pelo menos 40%. “Fui na concorrência pagar um boleto e não estava passando. A nossa conta nunca abaixa por causa disso”, diz.

“As operadoras deveriam se unir para ver o que pode ser feito”, reclama Marilene Martins Rodrigues, 22. Acadêmica de Administração, ela é vizinha do mercado de Ana Aparecida.

Sem o sinal das operadoras Claro e Oi funcionando, Marilene se irrita pelo fato de estar também sem internet. Ela conta que não consegue fazer os trabalhos da faculdade. A estudante também revela que aguarda o resultado de uma entrevista de emprego realizada na quinta-feira. Marilene aguarda retorno com a resposta se foi aprovada para o novo trabalho.

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