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Capital

Voluntária na Capital coleta lixo em 5 cidades e descarta vaga da Solurb

Edivaldo Bitencourt | 14/09/2015 18:14
Empresa cedeu caminhão e funcionários para recolher lixo no Centro (Foto: Marcos Ermínio)
Empresa cedeu caminhão e funcionários para recolher lixo no Centro (Foto: Marcos Ermínio)

Criada há 36 anos e responsável pela coleta do lixo em cinco municípios de Mato Grosso do Sul, a Morhena Limpeza, Coleta e Logística não planeja assumir o serviço da Solurb em Campo Grande. Pelo menos é essa a garantia do diretor da empresa, José Rubens Pinto, que vem realizando a coleta de resíduos no Centro da Capital desde sábado de forma voluntária e sem cobrar um tostão da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Para ajudar a cidade, a companhia removeu um caminhão, que faz parte da concessionária do lixo em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital, para retirar o lixo do perímetro entre as avenidas Ernesto Geisel, Mato Grosso e Fernando Corrêa da Costa.

A presença do caminhão de lixo da MoRHena atiçou a curiosidade da população, sobre o valor cobrado do município, contrato de prestação de serviço e se há envolvimento com o prefeito Alcides Bernal (PP). No entanto, o diretor garante que não há segunda intenções, somente o trabalho voluntário para ajudar a Capital a manter o Centro, seu cartão de visitas, limpo.

“Não interessa quem é o prefeito, só queremos ajudar”, ressaltou José Rubens Pinto. Ele contou que só conheceu Bernal pessoalmente no sábado de manhã, quando teve início o mutirão de limpeza na região central.

Como a greve dos 1.080 funcionários da Solurb começou na terça-feira, as ruas centrais e dos bairros foram tomadas pelo lixo nos últimos dias. Então, a Morhena decidiu colaborar e vem prestando o serviço, inclusive arcando com o pagamento de combustível e horas extras dos funcionários. Este trabalho voluntário só será feito por aproximadamente cinco dias.

Ao ser questionado, sobre se há segundas intenções, o diretor reagi com indignação. “Fico abismado, da situação que chegamos (no País e na Capital), das pessoas não acreditarem que a gente pode fazer serviço só para ajudar”, destacou.

A Morhena surgiu em 1979 em Campo Grande como prestadora de serviços na área de limpeza. Há três anos, a empresa criou a Morhena Ambiental, voltada para a coleta de lixo. Desde então, já assumiu a concessão da coleta do lixo em cinco cidades: Sidrolândia, Bonito, Bataguassu, Naviraí e Jardim.

No entanto, em decorrência da instabilidade política em Campo Grande, o grupo não tem interesse em assumir o contrato bilionário da Capital. Conforme o contrato com a Solurb, firmado em 2012, a coleta de lixo na Cidade Morena deve render R$ 1,8 bilhão pelo período de duas décadas. “Não temos interessa na coleta devidoa o cenário político indefinido”, destaca Pinto, sobre a troca de prefeito nos últimos anos. Bernal está graças a uma liminar do Tribunal de Justiça.

Como não houve acordo entre a prefeitura e a Solurb na tarde de hoje, a greve continua e a cidade deverá continuar com o lixo nas ruas nas próximas horas.

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