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Capital

Com greve, moradores de bairros estocam lixo e varrem calçadas

Flávia Lima | 14/09/2015 12:10
Na região central, funcionários da prefeitura realizam varrição das ruas. (Foto:Marcos Ermínio)
Na região central, funcionários da prefeitura realizam varrição das ruas. (Foto:Marcos Ermínio)
As comerciantes Aneuzi e Rosimeire estocam o lixo do açougue em um freezer especial. (Foto:Marcos Ermínio)
As comerciantes Aneuzi e Rosimeire estocam o lixo do açougue em um freezer especial. (Foto:Marcos Ermínio)
Moradores de bairros tem procurado organizar lixo de forma que não sejam abertos por animais, além de reduzir o volume depositado nas ruas. (Foto:Marcos Ermínio)
Moradores de bairros tem procurado organizar lixo de forma que não sejam abertos por animais, além de reduzir o volume depositado nas ruas. (Foto:Marcos Ermínio)

Prestes a completar uma semana, a greve dos cerca de mil funcionários da Solurb, empresa responsável pela coleta de lixo na Capital tem levado moradores de bairros a estocar o lixo domiciliar no quintal de casa. A atitude também está sendo seguida por comerciantes, que buscam acomodar os sacos em seus estabelecimentos, evitando depositar grandes volumes nas calçadas.

Na manhã desta segunda-feira (14), a equipe do Campo Grande News percorreu ruas dos bairros Aero Rancho, Guanandi 2 e Vila Carvalho, já próximo da região central. O cenário constatado foi bem diferente daquele da semana passada, quando a equipe flagrou lixeiras lotadas e lixo espalhado em ruas de diversas regiões, incluindo bairros nobres da Capital. Na ocasião, a chuva também havia dificultado a organização pelos moradores.

No bairro Aero Rancho, por exemplo, mesmo sem os serviços de coleta e varrição, a maioria das vias está limpa e o lixo já não transborda nas lixeiras. Os moradores tem utilizado sacos mais resistentes e bem lacrados, evitando que os dejetos sejam espalhados por animais.

A atitude tem agradado principalmente os comerciantes, que temiam que a sujeira espalhada em suas fachadas imprimisse um visual degradante aos clientes. "Aqui o pessoal está colaborando e não estamos colocando nada nas calçadas", afirma o empresário Vagner Soares da Silva.

Apesar da união dos moradores resultar em ruas limpas, estocar o lixo em casa acarreta outros problemas para as famílias, que reclamam do mau cheiro e do receio de atrair insetos, sem falar no risco de contrair doenças. Esse é o temor das comerciantes Rosimeire Mendes e Aneuzi Passaia, donas de um pequeno supermercado e açougue no Aero Rancho.

Mãe de duas crianças, ela conta que precisa fiscalizar os irmãos gêmeos, que tem 3 anos, durante todo o dia para que não brinquem ou abram os sacos. Estocando o lixo desde terça-feira da semana passada, Rosimeire revela que o o cheiro já está insuportável. "Não tem outro jeito. Se deixar na rua vai ser pior proque vão abrir e espalhar tudo", reclama.

Ela diz que tem varrido a frente de sua casa e do mercado para evitar o acúmulo de sujeira. Como outros moradores também tem essa atitude, a via não tem lixo acumulado, correndo o risco de entupir bueiros, como registrado na sexta-feira passada pela reportagem.

Quanto ao lixo produzido pelo açougue de seu mercado, ela disse que disponibilizou um freezer apenas para estocar os dejetos. "Estou pagando mais pela luz por causa desse problema", afirma.

Já na frente de locais com grande fluxo de pessoas, como postos de saúde e lanchonetes de avenidas mais movimentadas, a situação é diferente. As lixeiras permanecem lotadas, mas os responsáveis procuram deixar o lixo organizado de forma que não seja aberto.

Alívio - A limpeza também já pode ser vista pelas ruas da região central, onde até o sábado, antes de equipes da própria prefeitura iniciarem a coleta e varrição, era quase impossível transitar em alguns trechos devido ao acúmulo de lixo.

Com caminhões da Seintrha (Secretaria de Obras e Infraestrutura, Transporte e Habitação) recolhendo os sacos desde a manhã de sábado em toda a região central, apenas algumas lixeiras ainda estavam lotadas no final da manhã desta segunda-feira. A força tarefa iniciou a limpeza da cidade no fim de semana e deve seguir para os bairros conforme planejamento feito pela Seintrha.

No sábado à noite a operação contou, inclusive, com o apoio da empresa Morhena, Limpeza, Coleta e Logística, responsável pela coleta de lixo em Sidrolândia e que assumiu o compromisso de, temporariamente, realizar a coleta no quadrilátero central formado pelas ruas Calógeras/Padre João Crippa, Afonso Pena/Mato Grosso.

Além dos caminhões, equipes da prefeitura vem passando pelo centro realizando a varrição. Segundo alguns funcionários ouvidos pelo Campo Grande News, o serviço ocorre de forma mais lenta devido ao número de servidores e caminhões, mas o cronograma vem sendo cumprido. Uma das funcionárias disse, inclusive, que cerca de 150 catadores que atuam no lixão também se uniram às equipes de limpeza.

Para comerciantes do Centro, a força tarefa já melhorou em mais de 50% a situação crítica das ruas. A vendedora de uma loja de semi-jóias, Patrícia Coutinho, disse que o mau cheiro estava insuportável e ela temia a perda de clientes. "No sábado, o monte em frente da loja era enorme. Nós já fazemos nossa parte varrendo a calçada", afirma.

A operadora de caixa Jenifer Nataly, que trabalha em uma banca localizada na esquina da Rua Cândido Mariano com a Rua 14 de Julho também ficou aliviada ao ver as equipes retirando o excesso de lixo. "Para o nosso comércio não afeta, mas para os donos de lojas de roupas e restaurantes é complicado ficar sentindo mau cheiro", diz.   

No entanto, em frente a locais de grande fluxo os sacos ainda ocupam parte da calçada. (Foto:Marcos Ermínio)
No entanto, em frente a locais de grande fluxo os sacos ainda ocupam parte da calçada. (Foto:Marcos Ermínio)
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