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Capital

Com lixo até em canteiros, donos de restaurantes irão arcar com remoção

Ricardo Campos Jr. | 13/09/2015 11:56
Pilha de sacos com restos de cocos em frente a um quiosque ao lado da Câmara (Foto: Gerson Walber)
Pilha de sacos com restos de cocos em frente a um quiosque ao lado da Câmara (Foto: Gerson Walber)
Com lixeiras cheias, alternativa foi colocar sacolas no canteiro (Foto: Gerson Walber)
Com lixeiras cheias, alternativa foi colocar sacolas no canteiro (Foto: Gerson Walber)

A greve dos funcionários da Solurb vai pesar no bolso de empresários do ramo de bares e restaurantes. Esses estabelecimentos geram grande quantidade de lixo, que está acumulado, causando mau cheiro e atraindo insetos, problemas que podem até afastar a clientela. Cansados de esperar a solução para o impasse entre a concessionária e o município, os proprietários cogitam alugar caçambas para levar os materiais ao aterro sanitário.

Na Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camilo, as sacolas plásticas já não cabem mais nas lixeiras e começaram a ser colocadas no canteiro. “Infelizmente quem paga o pato é sempre o empresário, infelizmente vamos ter que pagar para retirar esse lixo”, diz o dono da churrascaria Gaúcho Gastão, Jakson Frandoloso, 42 anos.

Ele diz que amanhã uma caçamba deve ser deixada no local para que os resíduos possam ser depositados. “A cidade está um caos. Está horrível, uma calamidade”, opina.

Na churrascaria Zitão, a retirada do lixo por meios próprios deve ser feita ainda hoje. Ossos, embalagens e cascas de frutas já começaram a atrair moscas. “Nós vamos levar o lixo todos os dias, toda a semana, até essa situação se normalizar”, diz o sócio-gerente Marcelo Campanha, 36 anos.

Ao lado da Câmara Municipal, um quiosque acumula uma pilha de sacos com restos de cocos. “Se começar a dar um sol, quando vende bastante, não vai ter mais onde colocar. Depois de um bom tempo começa a ter um odor forte e daí começa a prejudicar as vendas”, diz Leonardo Silvério, 17 anos, sobrinho do proprietário.

Sócio-gerente de churrascaria diz que empresa terá que "pagar o pato" da greve na Solurb (Foto: Gerson Walber)
Sócio-gerente de churrascaria diz que empresa terá que "pagar o pato" da greve na Solurb (Foto: Gerson Walber)
Lixeira já não comporta mais materiais (Foto: Gerson Walber)
Lixeira já não comporta mais materiais (Foto: Gerson Walber)

Briga - Os coletores cruzaram os braços por conta dos salários atrasados. A concessionária diz não ter dinheiro para depositar os vencimentos, pois o último repasse feito pelo poder público foi referente ao mês de maio. A companhia afirma também que tem direito a pelo menos R$ 24 milhões em repasses atrasados e despesas assumidas pela empresa e não ressarcidas pelo município.

Alcides Bernal (PP), prefeito da Capital, considera a atitude da Solurb um boicote, já que a situação é problemática desde janeiro e a empresa resolveu cobrar a cidade somente após o afastamento de Gilmar Olarte (PP).

Bernal chegou a tentar acordo com a empresa para que ela retomasse o serviço, mas diante da negativa, o município montou uma força tarefa para recolher a sujeira. Atuam na frente de trabalho cerca de 400 homens, 22 caminhões caçambas, sete pás carregadeiras, além de mais 50 catadores de recicláveis que se juntaram voluntariamente para ajudar na limpeza.

Com a greve, pilhas de sacolas se acumulam pela cidade (Foto: Gerson Walber)
Com a greve, pilhas de sacolas se acumulam pela cidade (Foto: Gerson Walber)
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