Com 65% de servidores parados, greve do Incra não tem previsão de término
Para não ceder à queda de braço, assembleias são realizadas semanalmente em todos os municípios com superintendências, aguardando um posicionamento do governo.
Com braços cruzados desde o dia 18 do mês de junho, os servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) devem manter a paralisação com outras 27 superintendências distribuídas em todo o Brasil. O governo não negocia com a categoria e a tendência é manter os servidores parados.
De acordo com Maurício José Geurrini, da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Incra, o governo está se recusando a negociar. Para não ceder à queda de braço, assembleias são realizadas semanalmente em todos os municípios com superintendências, aguardando um posicionamento do governo.
“O que queremos é uma equiparação com outros órgãos federais. Para se ter uma ideia se paga menos do que aos funcionários do Ministério da Agricultura. O nosso vencimento gira em torno de 40% do que é pago ao Ministério da Agricultura. É menos da metade”, reclama Geurrini.
O servidor comenta que existe uma expectativa que haja uma contraproposta do governo na próxima terça-feira (31). Se confirmar, assembleias serão convocadas para definir a situação.
Hoje (24), o órgão passou a ser presidido pelo servidor Carlos Guedes. Ele terá a missão inicial de equacionar a conta orçamentária disputada pela cobrança dos funcionários paralisados, que querem o reconhecimento das reivindicações salariais e de melhorias da carreira, e pelas exigências dos movimentos sociais por maior celeridade na política de reforma agrária no país.
Grevistas estavam presentes na cerimônia de posse de Carlos Guedes. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que as reivindicações serão atendidas “nas condições possíveis”, e acrescentou que “o Estado brasileiro tem suas funções, mas, assim como nem todos os direitos foram alcançados, nem todas as reivindicações podem ser atendidas”.
Guedes informou que vai discutir as demandas dos servidores em reunião com o comando da greve marcada para esta semana.
O governo ainda tenta negociar com servidores do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Funasa (Fundação Nacional de Saúde), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).