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Cidades

Com clima propício a mosquito, Saúde alerta que zika e chikungunya matam

Aline dos Santos | 03/01/2017 11:25
Dengue cresceu 28,07% em Mato Grosso do Sul. (Foto: Rodrigo Pazinato;Arquivo)
Dengue cresceu 28,07% em Mato Grosso do Sul. (Foto: Rodrigo Pazinato;Arquivo)
Mosquito Aedes aegypti segue em ascensão e é vetor de várias doenças graves. (Foto: Genilton Vieira)
Mosquito Aedes aegypti segue em ascensão e é vetor de várias doenças graves. (Foto: Genilton Vieira)

Transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue, zika e febre chikungunya continuam a trazer más notícias. Agora, o alerta é de que todas podem resultar na morte do paciente.

“Conforme orientação do Ministério da Saúde, o que causava óbito era dengue. Mas, no fim de 2016, o ministério fez alerta para todas as vigilâncias de que as três podem causar óbito”, afirma a gerente de doenças endêmicas da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Lívia de Mello Almeida Maziero.

Desta forma, em caso da morte do paciente, as três doenças devem ser investigadas. A orientação para que as doenças sejam avaliadas por igual também foi repassada aos médicos durante treinamento realizado no mês de novembro pela secretaria.

“As três doenças nos preocupam do mesmo tanto. A orientação é para que tratassem todos os pacientes como suspeito dos três agravos. Existe sim as diferenças sintomáticas entre as três. Para não ir de olho fechado apontado que é uma dessas, notificando para dengue doença que é zika ou chikungunya” salienta a gerente.

Lívia explica que a dengue continua sendo a doença que tem mais potencial de evoluir para óbito, devido à acelerado processo de desidratação. A chikungunya é marcada pelas dor intensa, crônica e até incapacitante. Na zika, o problema mais conhecido é a microcefalia nos bebês.

“Hoje é o que temos de mais preocupante. Mas são pouquíssimas informações, doença muito nova. A chikungunya tem mais estudos, os médicos foram para as ilhas caribenhas onde iniciou, tem muito mais informações”, afirma a gerente.

Sobre epidemia, ela diz que não há como prever, mas o cenário é favorável ao mosquito Aedes aegypti. “Depende muito da população para que ocorra ou não. Mas temos o fato de ter depósito [de água parada] e chuva”, diz Lívia.

Apesar de as informações sobre como eliminar os focos do mosquito serem repetidas, exaustivamente, há anos, as pessoas relutam em mudar hábitos. Para tentar sensibilizar, a propaganda do Ministério da Saúde apostou na emoção. “O enfoque da campanha mudou. Não se foca mais no mosquito, mas as consequências para a família”, afirma a gerente.

Em 2017, o governo do Estado vai manter uma sala de situação para acompanhamento dos casos.

Crescimento - Os casos de dengue tiveram aumento de 28,7% em Mato Grosso do Sul. De acordo com boletim da SES, foram 59.333 notificações até 28 de dezembro de 2016. Em 2015, houve registro de 46.070 casos notificados da doença.

Considerando as estatísticas do zika vírus e da febre chikungunya, o mosquito contaminou 59.697 pessoas. Conforme o boletim, Campo Grande lidera os casos de dengue, com 28.279 notificações e não há nenhuma cidade com baixa incidência da doença. São oito municípios com média incidência e 71 com alta incidência.

A dengue matou 19 pessoas em 2016. Os óbitos foram registrados em Campo Grande (3 mortes), Coxim (1), Dourados (3), Maracaju (1), Ponta Porã (8), Porto Murtinho (1), Tacuru (1) e Vicentina (1). Em 2016, foram confirmados 342 casos de zika e 22 de febre chikungunya.

As medidas de prevenções contra o mosquito são: descartar objetos não utilizados que estiverem expostos às chuvas e podem acumular (água, pneus, latas, garrafas, baldes); tampar os tonéis e depósitos de água; colocar terra/areia nos vasinhos de plantas ou lugares que acumulem água; e colocar o lixo em sacos plástico.

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