ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 24º

Cidades

Coronel conhece índios da Amazônia, mas ainda sabe pouco da Funai

Renato Sant'Anna diz que se 'arregaçar as mangas' terá sucesso, mas ainda precisa 'ter uma noção de como o órgão funciona'

Yarima Mecchi | 11/11/2016 14:39
Coronel Renato Sant'Anna foi nomeado ao cargo de Coordenador Regional da Funai (Foto: Diário Corumbaense)
Coronel Renato Sant'Anna foi nomeado ao cargo de Coordenador Regional da Funai (Foto: Diário Corumbaense)

Nomeado para ser coordenador-regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande na quinta-feira (10), o coronel reformado do Exército Renato Vida Sant'Anna garante que é um homem sem partido, porque "os militares servem ao País". Ele, que passou 36 dos seus 70 anos servindo à corporação, diz trazer da Amazonia a experiência com tribos indígenas, mas admite que ainda sabe pouco sobre o órgão que deverá comandar.

"O militar é voltado para o pais, nosso partido é o Brasil", afirma o oficial. Em sua carreira, formação puramente militar: Academia Militar das Agulhas Negras, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Sant'Anna nunca teve um cargo ligado diretamente às questões indígenas. Mas, lembra que já trabalhou com índios durante o tempo que comandou um batalhão na Amazonia e participou da Ação Cívico Social.

"O contato que eu tive (com os índios) foi prestar ações sociais, de saúde e tudo que o Exército poderia ajudar. É único órgão público que vai em locais onde ninguém chega. A experiência que eu tenho é essa", detalha.

Mas, na visão do coronel, o Exército estuda todos os temas relacionados ao Brasil e tem uma visão macro dos problemas indígenas. Para ele, assumir o comando local da Funai é um desafio, e que se "arregaçar as mangas" terá sucesso na função.

"Depois que assumir, vou ver o que dá para fazer e o que pode ser feito. Acho que dá para fazer muita coisa, minha dedicação total será a isso", promete Sant'Anna.

O coronel da reforma foi recomendado pelo deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS). Conta que foi pego de surpresa pela indicação, mas, quando procurado pelo parlamentar, respondeu que ajudaria no que fosse possível e ainda destacou que primeiro precisa assumir, para depois ter uma noção de como o órgão funciona.

Manifestação - A nomeação de um coronel reformado do Exército para comandar um órgão que cuida de índios gerou reclamações. A sede da Funai na Capital, por exemplo, foi invadida por manifestantes contrários à medida tão logo a notícia surgiu e segue assim até o momento.

Sant'Anna avalia que as pessoas não o conhecem e que o motivo da aversão não seria pessoal. "Os índios alegam que não foram consultados, então acredito que não seja uma manifestação contra a minha pessoa".

Ele disse também que pensou em visitar o prédio da Funai em Campo Grande e conversar com as lideranças, mas repensou e analisou que seria uma afronta aos manifestantes. Neste caso, pretende esperar o clima melhorar.

"Vamos esperar acalmar e ver exatamente o que eles querem. O importante é que tem que vestir a camisa da causa indígena".

Ao contrário do que foi divulgado, o coronel ressalta que não possui propriedade rural e nem está ligado a ruralistas, com quem os indígenas mantêm uma disputa histórica por terras.

Ainda não tem data marcada para a posse. Ele diz que vai esperar a conversa entre o comando central da Funai, em Brasília (DF), e os índios. "Eles podem achar que minha posse é uma afronta. Estive falando com Brasília e decidimos esperar".

Nos siga no Google Notícias