Em greve, estudantes fazem protesto na UFMS em Campo Grande
Mobilização geral é de estudante para estudante e tem o objetivo, além das reivindicações locais, de integrar a greve nacional pela educação
Acadêmicos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) fizeram nesta tarde manifestação como parte da greve na instituição.
Cerca de 200 estudantes, de aproximadamente 10 cursos, se mobilizaram para o protesto. Por volta das 11h, saíram do Restaurante Universitário, percorreram o campus da universidade e chegaram a interditar o trânsito na avenida Costa e Silva.
Depois, declaram "luto na Educação". Em ato simbólico, os alunos enterraram cerca de 50 cruzes em frente à reitoria da universidade. Uma maneira que encontraram para “enterrar” insatisfações como o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), as bolsas estudantis e a gestão da atual reitoria.
“Enterramos a educação para mostrar que ela está sendo assassinada", explicou a estudante de Ciências Sociais, Joana Lima, de 31 anos. “Esse movimento está cada vez mais crescente”, pontuou o estudante de economia, Renan Araújo, de 18 anos.
A greve, explicou, é de estudante para estudante, mas a classe acadêmica também apoia a paralisação dos técnicos e professores, que começou na última quinta-feira (14).
A assembléia geral ocorreu por volta das 15h30, em frente ao novo prédio da Facom (Faculdade de Computação) e reuniu acadêmicos de vários cursos, como medicina, veterinária, ciências sociais e economia.
Joana Lima explicou ainda que a mobilização deflagrada hoje é um movimento de unidade para construir a greve nacional pela educação.
Reivindicações – Os estudante reivindicam, entre outros assuntos, a discussão do PNE (Plano Nacional de Educação), finalização do Reuni e destinação do PIB (Produto Interno Bruto) à educação.
Também está em pauta reclamações relacionadas à estrutura da universidade. Estudante do 5º semestre do curso de medicina veterinária, Desiree Cardoso, de 20 anos, reclamou das condições do hospital veterinário. “É precário, sem condições de consultar animais de grande porte”, disse, acrescentando que a fazenda escola também está abandonada.
A amiga, acadêmica do mesmo curso, Evelyn Pleutin, de 20 anos, também aderiu à greve. “O que adianta a gente se formar e não saber fazer nada?”, questionou.
“A gente quer ser exemplo no estado", disse. Queremos que as pessoas tenham orgulho do nosso trabalho”, completou Desiree Cardoso.