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Cidades

Governo vai comprar terras para três aldeias e só Buriti custará R$ 150 mi

Lidiane Kober | 07/08/2013 14:52
Ministro vem ao Estado para oficializar compra de terras (Foto: Arquivo)
Ministro vem ao Estado para oficializar compra de terras (Foto: Arquivo)

O Governo federal vai comprar terras de três áreas para colocar fim aos conflitos entre índios e produtores rurais em Mato Grosso do Sul. Em reunião com representantes dos índios e produtores, a União estimou em R$ 150 milhões a aquisição de 15 mil hectares de terras para ampliar a reserva Buriti e anunciou as duas próximas prioridades de indenização para devolução de áreas indígenas no Estado. Para oficializar os avanços, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, virá, na terça-feira (13), ao Estado.

Presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia classificou a reunião de hoje como “histórica”. Segundo ele, o Governo Federal propôs a indenização ou o arrendamento das terras. “Por unanimidade, foi aceita a proposta de indenização”, relatou.

Neste sentido, a União se comprometeu a emitir ao Governo do Estado títulos de dívida agrária para bancar as indenizações. Estimativas iniciais indicam que o preço do hectare bruto será negociado por R$ 6,6 mil, totalizando R$ 10 mil por hectare somando as benfeitorias. Na região do Buriti são 15 mil hectares, divididos em 31 propriedades, somando investimento de cerca de R$ 150 milhões.

Cauteloso, o presidente da Acrissul evitou confirmar o ponto de partida da negociação. “Esses números são estimativas médias, cada propriedade tem sua peculiaridade e fica difícil falar em valores”, ponderou. “E não será a Acrissul que discutirá isso, a negociação caberá às partes envolvidas”, emendou.

Ainda de acordo com Chico Maia, depois de resolver o impasse na região do Buriti, as forças se concentrarão, respectivamente, em Dourados e Antônio João para dar fim a conflitos nas regiões do Sombrerito e Cerro Mangaratu.

Representante do Conselho do Povo Terena, Lindomar Ferreira também participou da reunião com o ministro da Justiça, nesta quarta-feira, em Brasília. Mais desconfiado, ele evitou comemorar e adiou o festejo apenas para o momento que “tiver algo concreto”. “Já ouvimos várias promessas e até agora nada”, justificou.

Segundo ele, na reunião de hoje não se falou em preço das terras e ficou a promessa de anunciar números na visita do ministro ao Estado na próxima semana. “Ele se comprometeu a apresentar cronograma de compra das terras e das próximas aquisições, depois da região do Buriti”, contou.

Se Cardozo não apresentar proposta concreta, Lindomar disse que os indígenas vão realizar a demarcação. “Se não tiver nada na terça, nosso povo vai retomar as terras por conta própria”, adiantou.

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