"Voltamos ao caos", diz prefeito sobre estragos causados pelas chuvas
Quatro dias de chuvas fortes e constantes foram o suficiente para destruir tudo o que foi reconstruído após o período de chuva do fim do ano, em Iguatemi, distante 466 km de Campo Grande. De acordo com o prefeito José Roberto Felippe Arcoverde (sem partido), em menos de um ano, o município vai decretar pela quarta vez situação de emergência.
"Voltamos ao caos. Em julho do ano passado, decretamos situação de emergência devido as chuvas, em setembro, houve muitos estragos causados por granizo e em dezembro, outro decreto novamente ocasionado pelas chuvas. Agora, com tudo isso, vamos realizar o quarto decreto", afirma.
Os 94 quilômetros da rodovia MS-180, vão precisar ser reconstruídos, pois foram prejudicados pelas chuvas. A obra nova que não chegou nem a ser inaugurada, encurta em 70 quilômetros a distância dos moradores.
"A MS-180 é vital para os moradores de Iguatemi e é uma espinha dorsal que divide o município, sendo que dois assentamentos marcam a rodovia, que são o Auxiliadora e Rancho Loma com 459 famílias ao todo. Sem a rodovia, não teremos mais dinamismo e nem rapidez".
Sem condições de trafegabilidade e correndo risco da situação da rodovia piorar se chover mais, os assentados estão praticamente isolados. A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) não vai interditar a rodovia, pois de acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, não pode prejudicar o tráfego de escolares, enfermos e o escoamento da produção.
"Vão construir um desvio ao lado da rodovia e não vai haver interdição. Temos três assentamentos rurais que dependem dessa rodovia no dia a dia. Aproximadamente 2.500 pessoas seriam afetadas somente nessa região rural", afirma.
Pontes – A ponte sobre o rio Seriguêlo havia resistido as chuvas de dezembro, mas desabou na segunda-feira (9), deixando mais de 14% dos moradores de Iguatemi, praticamente isolados, segundo o prefeito.
"O que mais nos preocupa é que não foi apenas essa ponte que desmoronou. Fizemos acessos em cinco locais onde serão construídas cinco pontes de concreto que o Governo Federal nos concedeu, porém, como ainda não tinha sido reconhecida nossa situação de emergência, fizemos acessos para os moradores que precisam ter condições de ir e vir, só que nestes cinco pontos, os acessos foram prejudicados".
São 1,5 mil quilômetros de estradas vicinais e grande parte dos trafegabilidade estão prejudicados. "Nossa maior preocupação é dar acesso para a população, pois sem as pontes e com as estradas vicinais sem condições de tráfego, mais de 35% da população é prejudicada. Com a queda da ponte sobre o rio Seriguêlo, as pessoas andavam 30 quilômetros para chegar até a área urbana, agora, vão precisar andar 60 km e em estradas de terra", alega o prefeito.
Ainda não há estimativa de gastos para arrumar todos os estragos. A barragem que segundo o prefeito, estava desativada, também rompeu devido a grande quantidade de água. "Vamos precisar da mão amiga do governo estadual, ajuda da associação comercial e vereadores, para que possamos reconstruir todos os estragos".