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Interior

Afastado por corrupção, vereador gastou R$ 100 mil em viagem a Dubai

Investigação policial revela que Hélio Albarello e a esposa também estiveram nas Ilhas Maldivas

Helio de Freitas, de Dourados | 07/12/2022 17:12
Policiais em frente à Câmara de Maracaju, onde foram cumpridos mandados de busca (Foto: Divulgação)
Policiais em frente à Câmara de Maracaju, onde foram cumpridos mandados de busca (Foto: Divulgação)

Alvo da Operação Dark Money acusado de corrupção e afastado do mandato pela Justiça, o vereador Hélio Albarello (MDB) fez recentemente uma luxuosa viagem a dois paraísos turísticos do planeta – Dubai, nos Emirados Árabes Unidos e Ilhas Maldivas, no Oceano Índico.

Segundo a investigação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil, o político de 68 anos de idade e a esposa gastaram pelo menos R$ 100 mil na viagem.

Hélio Albarello era presidente da Câmara de Maracaju em 2019 e 2020, período em que, segundo a polícia, pelo menos R$ 23 milhões teriam sido desviados do cofre público através de uma conta bancária clandestina mantida pela prefeitura.

O esquema de corrupção foi instalado nos dois últimos anos da gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB), de quem Albarello era aliado. Maurilio chegou a ser preso na primeira fase da operação, em setembro de 2021.

Segundo o Dracco, como presidente do Legislativo, Hélio Albarello ficava com a maior parte do “mensalinho” pago pelo esquema criminoso a 11 dos 13 vereadores da cidade. em apenas um ano, os pagamentos identificados aos vereadores aliados chegaram a R$ 1,37 milhão.

Hélio Albarello, um dos vereadores afastados (Foto: Divulgação)
Hélio Albarello, um dos vereadores afastados (Foto: Divulgação)

Na manhã de hoje (7), policiais civis cumpriram 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra oito atuais vereadores, três ex-vereadores e contra pessoas usadas para esconder o dinheiro da propina, os chamados “laranjas”.

Também foram cumpridas as ordens judiciais para afastamento de Hélio Albarello, do atual presidente da Câmara Robert Ziemann (PSDB), do 2º vice-presidente Jefferson Lopes (Patriota), do 1º secretário Antônio João Marçal de Souza, o “Nenê da Vista Alegre” (MDB), e dos vereadores Laudo Sorrilha Brunet (PSDB), João Rocha (MDB), Ludimar Portela, o “Nego do Povo” (MDB), e Ilson Portela, o “Catito” (União Brasil).

Durante as buscas, Hélio Albarello foi preso em flagrante por posse irregular de revólver calibre 38 e 9 munições. Ele pagou fiança de dois salários mínimos e foi solto.

Laudo Sorrilha também foi flagrado com armas. Ele mantinha em sua casa um revólver calibre 38 e outro calibre 22, além de 29 munições calibre 38 e 22 munições calibre 22.

A fiança arbitrada para Laudo foi de R$ 24.240. Esse também foi o valor da fiança paga pelo comerciante Marlon Cambuhy Albarello, 42, filho de Hélio Albarello.

Na caminhonete Dodge Ram dele os policiais encontraram uma pistola 380 e munições. Na casa foram aprendidos um revólver 38, um rifle calibre 22 e mais cartuchos. Marlon também é investigado no âmbito da Dark Money.

O quarto preso com armas foi Benjamin Antonio Moreno Monges, 42, marido de uma das investigadas por ser “laranja” do esquema. Na residência do casal, os policiais apreenderam um revólver calibre 38, uma espingarda calibre 32, 9 munições calibre 32 e 36 de calibre 38. Monges pagou fiança de R$ 2 mil e foi solto.

Dinheiro e cheques – Na casa Ludimar Portela, o “Nego do Povo”, os policiais apreenderam R$ 100 mil em espécie e R$ 1 milhão em cheques. Joias, documentos e 13 veículos também foram apreendidos hoje, entre os quais a Dodge Ram de Marlon Albarello.

Os ex-vereadores Vergilio da Banca (MDB), Adriano da Silva Rodrigues, o “Professor Dada” (PSDC), e Toton Pradence (União Brasil), também foram alvos de mandados hoje. Eles são investigados por receber mensalinho da prefeitura. Adriano mora atualmente em Rio Brilhante, onde as buscas foram feitas.

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