Alvos de operação, dois vereadores são presos por porte ilegal de arma
Hélio Albarello e Laudo Sorrilha foram flagrados com armas e munições; filho de Hélio também foi preso
Dois vereadores de Maracaju (a 159 km de Campo Grande) foram presos em flagrante por porte ilegal de armas e munições durante a nova fase da Operação Dark Money, deflagrada nesta quarta-feira (7) pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Hélio Albarello (MDB) e Laudo Sorrilha Brunet (PSDB) estão entre os oito atuais vereadores afastados pela Justiça no âmbito da operação que investiga pagamento de mensalinho em troca de apoio na gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB).
Durante os mandados de busca cumpridos hoje cedo, os dois foram flagrados com armamento ilegal e levados para a delegacia para serem autuados. O filho de Hélio, Marlon Cambuy Albarello, também foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.
O Dracco ainda não divulgou o balanço da operação de hoje, mas a reportagem apurou que já foram apreendidos veículos, joias, dinheiro em espécie é até um cheque no valor de R$ 163 mil, nominal a Marlon Albarello.
Além de Laudo Sorrilha Brunet e Hélio Albarello, que foi presidente da Câmara em 2019 e 2020, a Justiça determinou o afastamento dos vereadores João Rocha (MDB), Jefferson Lopes (Patriota), Antônio João Marçal de Souza, o “Nenê da Vista Alegre” (MDB), Ludimar Portela, o “Nego do Povo” (MDB), Robert Ziemann (PSDB), e Ilson Portela, o “Catito” (União Brasil).
Três ex-vereadores também são investigados por receber mensalinho – Vergilio da Banca (MDB), Adriano da Silva Rodrigues, o “Professor Dada” (PSDC), e Toton Pradence (União Brasil). Adriano mora atualmente em Rio Brilhante, onde trabalha em uma usina.
Os três também foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos hoje, assim como pessoas apontadas como “laranjas” do esquema.
Desvio milionário – A Operação Dark Money começou em 2021 e investiga desvios de pelo menos R$ 23 milhões do cofre público de Maracaju através de conta clandestina, aberta em nome da prefeitura sem conhecimento ou auditoria dos órgãos de controle.
Segundo o Dracco, o esquema foi montado nos dois últimos anos da gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB). Os vereadores e ex-vereadores alvos da atual fase da operação são acusados de receber propina mensal para não investigar as irregularidades e para votar a favor de projetos de interesse do Executivo.
Em apenas um ano, segundo a polícia, os pagamentos identificados aos vereadores chegaram a R$ 1.374.000,00. No cargo de presidente da Câmara, Hélio Albarello teria recebido a maior parte. Os pagamentos eram feitos em cheques e dinheiro vivo, estratégia utilizada para dificultar a fiscalização e o rastro do dinheiro.