Agência antidrogas descobre base do tráfico que explora trabalho indígena
Segundo a Senad, organização usa comunidades para produzir droga enviada ao Brasil
Três homens foram presos em operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai na fronteira com Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (3). Instalada no Departamento de San Pedro, a organização criminosa explora terras indígenas para produção de maconha, destinada ao comércio brasileiro.
Após sete meses de investigação, a Senad localizou as bases da organização nas colônias Naranjito, Comunidad Indígena Isla Alta, Tapyi Kue e San José del Norte, a 80 km do território sul-mato-grossense, na região de Paranhos.
Simultaneamente, oito equipes da Senad invadiram bases dos traficantes na manhã de hoje e apreenderam uma tonelada de maconha, caminhonetes de alto valor, caminhões armas e munições.
Entre os presos está o chefe da organização, Felipe Santiago Prieto, 50, o “FF”, com antecedentes por narcotráfico, homicídio doloso e tentativa de homicídio. Segundo a Senad, Felipe Prieto é o responsável em coordenar a produção e distribuição de grandes cargas de maconha a facções brasileiras.
Também foram presos César Ramón Rodriguez Sanabria, 54, responsável em levar provisões e alimentos para as áreas de cultivo da droga, e Celfirio Jara Martínez, 56, o “Toro”, gerente do processo de prensagem e empacotamento da droga.
No mês passado, a Senad apreendeu dez toneladas de maconha na mesma região. Segundo a agência, a droga pertencia à organização de Felipe Prieto.
Conforme a Senad, a quadrilha pagava propina a integrantes de organismos de segurança para continuar operando sem ser importunada pela polícia. Ao estilo de outro traficante conhecido na região, Felipe Santiago Acosta Riveros, o “Macho”, o bando de “FF” utilizava comunidades indígenas para cultivar maconha.
A operação recebeu o nome de "Orange", que em inglês significa laranja, em referência à Colônia Naranjito (pequena laranja, em castelhano).
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