Armado com faca e a tijoladas, lojista agride usuários de drogas em Bonito
Não foi registrado boletim de ocorrência e autor tem passagem por dano e posse de drogas para consumo pessoal
Rapaz de 24 anos que em maio deste ano chegou a ser preso por agredir ex-vereador em Bonito, a 297 km de Campo Grande, foi “tirar satisfação” do furto de um chinelo com usuários de droga em construção no Jardim Marambaia, na noite de ontem e postou o vídeo nas redes sociais. A loja é no mesmo bairro.
RESUMO
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Um lojista de 24 anos, após ser vítima de furto em sua loja, decidiu confrontar supostos ladrões em uma construção no Jardim Marambaia, levando a uma agressão violenta que foi registrada em vídeo e compartilhada nas redes sociais. Armado com uma faca, ele atacou um dos homens, esfaqueando-o na mão, enquanto expressava sua frustração por perdas financeiras e a sensação de impotência diante da criminalidade. O jovem, que já possui antecedentes criminais, demonstrou arrependimento após o incidente, reconhecendo que sua reação foi desproporcional e que nada justificava sua atitude violenta.
Não foi registrado boletim de ocorrência, mas o jovem, que respondeu a processo pelo primeiro caso, já tem passagem por dano e posse de drogas para consumo pessoal nos anos de 2017 e 2018, respectivamente.
Com uma faca em mãos, o lojista chegou na casa em construção na garupa de uma moto, enquanto outros filmavam a ação. Ele abre uma lona que fechava parte da construção e pergunta quem estava lá dentro. Pouco depois afirma: “foi você sim” e então, começa a gritar com os homens.
“Cadê meu chinelo?”, ele pergunta, ao que um dos homens diz que “eu não roubo não”. O lojista adentra o local e bate em um deles perguntando novamente sobre o item. “Foi outro cara que roubou, véio. Tô falando pra você”, diz novamente o usuário. Em seguida, ele agride o segundo homem, que até então estava calado e parado.
O rapaz passa a atirar tijolos contra os homens e um deles sai do local. O outro começa a chorar e o lojista o esfaqueia na mão, que é coberta por uma camiseta. O usuário reclama e o agressor desdenha. Ele, com a faca em mãos, corre atrás do outro que havia saído e o ameaça para não voltar mais a “roubar nas minhas quebradas”.
Em contato com o autor, ele afirmou que perdeu a cabeça, principalmente porque já está com poucas vendas há algumas semanas. “A loja estava com poucas peças, né? Porque eu estava procurando vender, pelejando para vender, fazendo vários tipos de promoções para poder vender, para poder trazer mais mercadoria. Aí de repente me acontece isso, de alguém entrar lá e roubar algumas mercadorias. Mas aí o nervoso subiu para a cabeça, né?”, disse.
Ele diz ter certeza que os rapazes que estavam na construção eram sim os que haviam roubado sua loja e arrombado a porta. “Por exemplo, essa porta eu vou ter que trocar a porque ela já não fecha mais, eu tentei voltar lá para outro lugar, não funciona, ela não encaixa, então mais prejuízo, então tipo assim, aí subiu para a minha cabeça. Nervoso, né? Aí eu postei, né? Postei nas redes sociais”, afirmou.
O lojista ainda disse que não conseguiu dormir direito por arrependimento pelo que fez. “Nada justifica a reação que eu tive, né? Mas ontem mesmo eu não consegui dormir depois do que aconteceu, que eu fiquei com a consciência totalmente pesada, não deveria ter feito aquilo”, entretanto, “quando eu vi aquilo, a porta arrombada, peças que eu poderia ter girado dinheiro e prejuízo, meu, subiu pra minha cabeça, eu já fiquei maluco, aí eu fui atrás e fiquei revoltado, mas não justifica ter feito aquilo”.
Ex-vereador - No caso da agressão ao ex-vereador, o processo foi encerrado em julho com composição entre os dois autores. Na época, o lojista foi até a casa do homem, de 55 anos, com um cano na mão e, ao ser atendido, começou a agredi-lo.
Câmeras de segurança gravaram a ação, que teria sido motivada porque o ex-vereador teria riscado o tanque da moto do agressor, que na época, namorava a ex do homem agredido. O rapaz também teria quebrado parte da van do homem, e este o teria agredido com um pedaço de madeira.
O Ministério Público em Bonito, que acompanhou o caso, realizou uma transação penal, ao invés de dar prosseguimento ao processo. Isso porque as penas máximas pelos crimes de lesão corporal dolosa e dano não são superiores a dois anos. O acordo foi de pagamento de um salário mínimo à Conta Única do Poder Judiciário por cada um dos envolvidos.
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