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Interior

Artuzi espera 2h por atendimento e não encontra remédio em posto

Danúbia Burema e Paulo Fernandes | 09/02/2011 14:24

Ele procurou a emergência após ter mão mordida por um porco

Acusado de comandar um esquema de desvio de dinheiro, principalmente no setor de saúde, o ex-prefeito Ari Artuzi teve que esperar por duas horas no PAM (Pronto Atendimento Médico) de Dourados para ser atendido na noite de ontem.

Ele procurou a emergência porque teve a mão mordida por um porco, em sua chácara. Depois de passar pelo médico, ele não pôde ter o ferimento suturado porque havia se machucado há horas. “Precisou suturar, mas não consegui”, afirma Artuzi.

Ao procurar o remédio receitado, ele não encontrou na farmácia da rede pública e foi um amigo quem comprou o medicamento. “O médico passou o remédio, mas não tinha”, conta. Artuzi observa que a unidade de saúde estava "cheia" e por isso ele teve de esperar pelo atendimento.

Questionado sobre o motivo de ter procurado a rede pública, ele declarou que “não tem dinheiro para nada” e também não possui mais plano de saúde. O incidente com o porco ocorreu às 14h30, mas como estava trabalhando na chácara, Artuzi procurou atendimento no PAM apenas às 21h.

Sobre a situação da unidade, lotada e sem remédios, Artuzi declara que a rede pública de Dourados estava muito melhor em sua época como prefeito.

“Aumentei o plantão de enfermeiros, comprei equipamentos para o PAM. Na minha época tinha oito médicos, agora tem um ou dois”, afirma.

O ex-prefeito declara ainda que instalou 33 UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) na rede pública da cidade e que na sua administração havia remédios na farmácia.

Mas gravações feitas pela Polícia Federal que resultaram na prisão de Artuzi mostram que o ex-prefeito desviava mensalmente R$ 2 milhões que deveriam ser destinados à verba da Saúde.

Somente com a compra de medicamentos e outras movimentações do Hospital Evangélico, foram desviados de R$ 16 milhões a R$ 17 milhões, conforme a Polícia Federal de Dourados.

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