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Interior

Assassino passou dia alimentando fogo para queimar corpos de pai e filho

Rafael Ferreira Ponce confessou que matou homem de 39 anos e adolescente de 17 a pauladas e dormiu ao lado de um dos corpos

Helio de Freitas, de Dourados | 18/09/2019 10:28
Rafael Ponce disse que matou pai e filho porque era agredido por eles (Foto: Adilson Domingos)
Rafael Ponce disse que matou pai e filho porque era agredido por eles (Foto: Adilson Domingos)

Rafael Ferreira Ponce, 29, preso ontem (17) pelo assassinato de Miguel Vieira, 39, e Bryan Gabriel Vaz Vieira, 17, passou o dia todo na segunda-feira (16) alimentando o fogo para queimar os corpos de pai e filho, jogados na fossa desativada no fundo da casa.

Os três moravam no distrito de Panambi, povoado a 22 km de Dourados. Rafael usou lascas de madeira e cobertores para manter o fogo aceso. Ontem, quando a polícia descobriu o duplo homicídio, apenas ossos foram encontrados na fossa.

Conforme o delegado Rodolfo Daltro, do SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil, Rafael contou no depoimento que ele havia convidado Miguel e Bryan para morarem na casa com ele. Com o tempo, segundo o assassino confesso, começaram os desentendimentos e ele pediu para pai e filho deixarem a casa.

Entretanto, os dois teriam batido em Rafael. Quando foi preso ontem, ele estava com hematoma no olho esquerdo. “Bateram na minha cara, olha meu olho do jeito que tá. Eu não aceito essa situação. Matei na paulada e queimei, tanto o pai quanto o filho”, afirmou Rafael ontem à tarde, em entrevista coletiva na delegacia.

Massa encefálica no quintal – Além das ossadas encontradas na fossa, a polícia também encontrou massa encefálica espalhada pelo quintal da casa e vestígios de sangue dentro do imóvel, pistas de que pelo menos uma das vítimas tinha sido morta dentro da casa e arrastada até a fossa.

A um morador do distrito, Rafael contou ontem de manhã que havia matado os dois durante briga no domingo à noite e jogado os corpos na fossa. Em seguida, Rafael fugiu e só foi encontrado pela polícia ontem à tarde, escondido nos arredores do povoado. De imediato ele confessou as mortes.

Rafael Ponce disse que passou a ser agredido fisicamente por Miguel e Bryan desde quando pediu para pai e filho deixarem o imóvel. No início da noite de domingo, segundo o assassino confesso, houve nova discussão entre os três, todos embriagados.

Com um pedaço de pau, Rafael contou que primeiro desferiu golpe na cabeça de Miguel, no quintal da casa. Depois entrou no imóvel e golpeou o adolescente, também na cabeça. Rafael disse que o golpe abriu buraco no crânio de Bryan. Após se certificar que Miguel estava morto, Rafael entrou na casa e dormiu ao lado do corpo do adolescente.

Por volta de 5h da madrugada de segunda-feira, Rafael arrastou e jogou os dois corpos na fossa desativada. Em seguida, jogou pedaços de madeira e cobertores sobre os corpos e ateou fogo. Depois permaneceu durante toda a segunda-feira mantendo o fogo aceso lançando madeira e outros objetos inflamáveis para garantir que os corpos seriam incinerados.

Rafael Ponce contou que teve ânsia de vômito ao tentar limpar massa encefálica espalhada pela casa, por isso apenas jogou terra para esconder os vestígios.A polícia suspeita que Rafael tenha matado Bryan e Miguel enquanto eles dormiam ou se encontravam em avançado estado de embriaguez. O assassino confesso foi autuado em flagrante por duplo homicídio qualificado e destruição de cadáver.

Bombeiros recolhem ossos de fossa onde corpos de pai e filho foram incinerados, no distrito de Panambi (Foto: Adilson Domingos)
Bombeiros recolhem ossos de fossa onde corpos de pai e filho foram incinerados, no distrito de Panambi (Foto: Adilson Domingos)
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