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Interior

Câmara abre processo contra vereadora que ameaçou matar assessora

Por 8 votos a 7, Legislativo instaurou Comissão Processante contra Maria Imaculada Nogueira

Helio de Freitas, de Dourados | 09/08/2021 21:35
Sessão da Câmara de Vereadores de Dourados nesta segunda-feira. (Foto: Divulgação)
Sessão da Câmara de Vereadores de Dourados nesta segunda-feira. (Foto: Divulgação)

Por 8 votos a 7, a Câmara de Dourados (a 233 km de Campo Grande) instaurou na noite desta segunda-feira (9), uma Comissão Processante contra a vereadora Maria Imaculada Nogueira, a Lia Nogueira (PP), por quebra de decoro.

Imaculada é acusada de ameaçar de morte a ex-assessora Patrícia Brandão, 32, que trabalhou com ela de 2016 até a semana passada. No dia 2 deste mês, Patrícia procurou a polícia e denunciou as ameaças de morte.

À polícia, contou que ela e os filhos, de 9 e 10 anos, foram ameaçados e que em mais de uma ocasião, Lia disse que atiraria com pistola 9 milímetros em sua boca. Imaculada suspeitava que Patrícia a estava traindo.

A comissão será presidida pelo vereador Juscelino Cabral (DEM), aliado de Maria Imaculada e que votou contra a abertura do processo de cassação.

Como relator, foi escolhido o vereador Janio Miguel (PTB) e como membro, Mauricio Lemes (PSB). Os dois votaram a favor do processo. Eles têm 90 dias para analisar as provas, ouvir depoimentos e entregar o relatório final.

O pedido de abertura do processo de cassação foi protocolado hoje, pela própria Patrícia Brandão. Na denúncia, ela repetiu a história contada à polícia de que as ameaças começaram em junho, quando chegou à casa da vereadora.

“Uma pessoa me perguntou se eu confio em você, porque você sabe sobre toda minha vida. Respondi que se você me trair, eu te mato”, teria dito a vereadora.

Alguns dias depois, em reunião com os assessores, a vereadora teria feito outra ameaça, ainda mais dura. “Se você me trair ou se vender, eu dou um tiro na sua boca", teria afirmado.

Quando estavam em um restaurante dias depois, Lia Nogueira teria abordado os filhos de Patrícia e “aconselhado” as crianças a não saírem de casa, pois poderiam ser sequestradas ou mortas.

No dia do aniversário, Lia Nogueira afirmou durante discurso que descarregaria uma pistola 9 milímetros na boca da então assessora. “Se você me trair, fdp, eu pego a 9 milímetros, taco na sua boca e descarrego”. Patrícia entregou à polícia e à Câmara, o vídeo com a fala da vereadora.

Ao Campo Grande News, Lia Nogueira disse na semana passada, que a denúncia contra ela seria armação política de seus adversários. “Isso não me causa estranheza diante da denúncia que estou investigando. Se ela está me denunciando, terá de provar”.

Na sessão de hoje, Lia Nogueira voltou a afirmar que a denúncia é retaliação e acusou pessoas ligadas ao prefeito Alan Guedes (PP), que presidia a Câmara no período em que teriam ocorrido as supostas irregularidades denunciadas por ela.

Lia e Alan são do mesmo partido e eram aliados até a eleição de novembro do ano passado. Neste ano, logo após assumir na Câmara, Lia passou a fazer oposição ao prefeito.

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