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Interior

Câmara cassa o 1º dos 7 vereadores denunciados por receber mensalinho

Osvalmir da Silva, o Baguá, acompanhou sessão por videoconferência da prisão

Humberto Marques e Leonardo Cabral, do Diário Corumbaense | 02/04/2019 17:15
Equipe do Gaeco na sede da Polícia Civil em Ladário, durante operação que prendeu vereadores em novembro. (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense/Arquivo)
Equipe do Gaeco na sede da Polícia Civil em Ladário, durante operação que prendeu vereadores em novembro. (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense/Arquivo)

A Câmara Municipal de Ladário –a 419 km de Campo Grande– cassou nesta terça-feira (2) o mandato do vereador Osvalmir Nunes da Silva (PSDB), o Baguá, o primeiro dos sete suspeitos de se beneficiarem de um esquema de mensalinho a ter o caso apreciado em plenário. Ele receberia dinheiro do agora ex-prefeito Carlos Ruso (PSDB), cassado pela Casa na segunda-feira (1º), para lhe darem apoio no Legislativo.

Osvalmir participou da sessão por videoconferência, mas não se manifestou. Ele está no Centro de Triagem Anízio Lima, em Campo Grande, para onde foram transferidos os homens presos em 26 de novembro sob acusação de participação no esquema. Nove dos 11 vereadores de Ladário votaram pela cassação, segundo informou o Diário Corumbaense.

Com a cassação de Baguá, o mandato passa a ser exercido em definitivo por seu suplente, Antônio João Conde (PSDB) –que exercia o cargo desde a prisão do correligionário.

Ruso e Osvalmir seguem presos e, além do processo político na Câmara, respondem às acusações levantadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na esfera judicial. Além deles, seguem presos e serão julgados pelo Legislativo os vereadores Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Caffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB) e Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN). O ex-secretário de Educação de Ladário, Helder Botelho, também está sob custódia prisional.

Também presa durante a ação, a pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB) cumpre prisão domiciliar em Ladário.

As investigações sobre o mensalinho apontaram para pagamentos entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil mensais, por mais de um ano, para que vereadores apoiarem Ruso na Câmara. Além dos valores, eles conseguiram indicações para cargos na Secretaria de Educação, cujas nomeações eram assinadas por Botelho. Em troca, teriam atuado também para barrar uma CPI sobre irregularidades na saúde ladarense.

Os vereadores Fábio Peixoto (PTB), Jonil Junior (PMN) e Daniel Benzi (MDB, atual presidente da Câmara) colaboraram com as apurações, que resultaram também em apreensões em dinheiro, interceptações telefônicas e gravações em vídeo.

Os demais vereadores devem ser julgados pela Câmara ao longo da semana. A defesa de Ruso informou que recorreria à Justiça para tentar reverter a cassação.

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