Justiça mantém presos vereadores e prefeitos que recebiam "mensalinho"
Os nove alvos são investigados por associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva no Legislativo e no Executivo
A Justiça manteve a prisão preventiva do prefeito Carlos Ruso (PSDB), do secretário municipal de Educação, Helder Naulle e dos sete vereadores de Ladário, a 419 km de Campo Grande, presos ontem (26) em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investiga pagamentos feitos pelo chefe do Executivo aos parlamentares em troca de apoio político. O mensalinho, conforme o procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, variava entre R$ 1,5 mil e R$ 3,5 mil e acontecia há mais de um ano.
Eles foram ouvidos nesta manhã (27) por videoconferência, em audiência de custódia no Fórum da Capital presidida pelo juiz Mário José Esbalqueiro Junior. As audiência de custódia são feitas para ouvir suspeitos presos em situação de flagrante. Os nove alvos são investigados por associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva no Legislativo e no Executivo da cidade.
Os vereadores presos foram: Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Caffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB), Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN) e Osvalmir Nunes da Silva (PSDB). Os homens continuam no Presídio de Trânsito, localizado no complexo penitenciário do Jardim Noroeste. A mulher está no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”. Ainda não há informação de quando voltarão ao município.
Caso - O presidente da Câmara de Ladário, Fábio Peixoto Gomes (PTB), que colabora com as investigações, disse ao Campo Grande News que ele e dois outros parlamentares -Daniel Benzi (MDB) e Jonil Barcelos (Progressistas) - chegaram a receber R$ 3 mil para evitar denúncias sobre a administração de Ruso. Gomes deu posse ao vice-prefeito, Pastor Iranil Soares (PSDB) e os sete suplentes dos vereadores presos na noite de ontem. Iranil passou a tarde no Paço Municipal para se inteirar de situações administrativas.