Comissão processante terá 3 meses para analisar pedido de cassação de Ruso
Na quinta-feira, Câmara Municipal deverá abrir mais duas comissões contra vereadores acusados de receberem “mensalinho”
Comissão processante instalada pela Câmara Municipal de Ladário –a 419 km de Campo Grande– terá 90 dias para analisar pedido de cassação do prefeito afastado Carlos Aníbal Ruso Pedroso (PSDB), acusado de pagar um “mensalinho” a um grupo de sete vereadores, que também tiveram os mandatos suspensos, em troca de apoio político. O colegiado foi aprovado com votos de 10 dos 11 vereadores ladarense –o presidente, Fábio Peixoto (PTB), só votaria em caso de empate.
Com a prisão de Ruso, o vice, Iranil Soares assumiu a administração. Na quinta-feira (20) a Casa deve analisar a abertura de processos contra os vereadores suspeitos de participação no esquema.
A comissão processante foi instalada na segunda-feira (17) a partir de denúncia feita pela munícipe Marinalva Aranda da Silva, segundo informou o Diário Corumbaense. Ela será formada pelos vereadores Jonil Barcelos (PMN, presidente), Gesiel Paiva (PEN, relator) e Eurípedes de Jesus (PTB), este último que havia sido eleito presidente da Mesa Diretora da Casa para o biênio 2019-2020 em uma chapa formada por quatro dos vereadores que foram presos durante as investigações. Atendendo a recomendação do Ministério Público Estadual, a votação foi anulada e a Casa elegeu Daniel Benzi (MDB) como futuro presidente.
Todos os membros da comissão foram escolhidos por sorteio. Peixoto explicou que o colegiado terá três meses para analisar o pedido de cassação de Ruso e o levar a plenário. Quanto aos sete vereadores que foram presos, serão abertas mais duas comissões para o início dos processos, possivelmente com votação na quinta-feira.
“Os integrantes das comissões processantes vão trabalhar durante o recesso parlamentar porque o prazo de 90 dias vai estar correndo”, disse o presidente da Câmara.
O caso – Carlos Ruso e os sete vereadores foram presos em 26 de novembro durante ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que apurou pagamentos feitos pelo então prefeito para ter apoio político.
Foram presos os vereadores Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Cáffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB), pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN) e Osvalmir Nunes da Silva (PSDB). A Justiça determinou a suspensão dos mandatos eletivos e de cargos públicos do grupo. O ex-secretário de Educação e Administração da prefeitura, Helder Botelho, também teve a prisão preventiva decretada. Todos foram trazidos para Campo Grande, onde a investigação está concentrada.