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Interior

Câmara cassa o 2º suspeito de receber mensalinho e adia dois julgamentos

Augusto de Campos teve 8 votos favoráveis para a perda de seu mandato; André Caffaro e Vagner Gonçalves ganharam mais tempo para se defender

Humberto Marques e Leonardo Cabral, do Diário Corumbaense | 03/04/2019 17:58
Augusto de Campos foi o segundo vereador a perder o mandato por envolvimento com esquema de mensalinho. (Foto: Pérola News/Reprodução)
Augusto de Campos foi o segundo vereador a perder o mandato por envolvimento com esquema de mensalinho. (Foto: Pérola News/Reprodução)

Dando continuidade à série de julgamentos de acusados de se beneficiarem de um mensalinho pago pelo ex-prefeito Carlos Ruso (PSDB), a Câmara de Ladário –a 419 km de Campo Grande– confirmou nesta quarta-feira (3) a cassação do segundo vereador acusado de envolvimento no esquema. Por oito votos, Augusto de Campos (o Gugu, do MDB) teve o mandato tomado pelo plenário da Casa, que também foi oficiado de decisão judicial que adiou a análise de duas outras denúncias.

Foi a terceira cassação realizada na semana. Na segunda-feira (1º), os vereadores decidiram pela perda do mandato do próprio Ruso e, no dia seguinte, tomaram a mesma medida em relação a Osvalmir Nunes da Silva (o Baguá, do PSDB).

De acordo com o Diário Corumbaense, o julgamento desta quarta ocorreu pela manhã. Além do presidente da Câmara, Daniel Benzi (MDB), que colaborou com as autoridades nas investigações sobre o mensalinho, os vereadores Xumi e Zica (ambos do PSB) se abstiveram –ambos pertencem à coligação de Campos, sendo que o primeiro é o suplente direto e seria beneficiado com a perda do mandato do titular.

“Além disso, a sessão não teve a participação da defesa do parlamentar cassado, mesmo sendo notificada. Iremos publicar o decreto de cassação e informar à Justiça Eleitoral sobre a decisão”, explicou Benzi. A assessoria jurídica da Câmara informou que a defesa de Gugu foi intimada a comparecer ou solicitasse acompanhamento da sessão por videoconferência –o agora ex-vereador está preso no Centro de Triagem de Campo Grande– e o início da sessão foi adiado por 40 minutos para dar tempo à apresentação de manifestações, o que não ocorreu.

Benzi (ao centro) confirmou que Caffaro e Guimarães terão mais tempo para sua defesa. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Benzi (ao centro) confirmou que Caffaro e Guimarães terão mais tempo para sua defesa. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Adiamento – A defesa dos vereadores André Caffaro e Vagner Gonçalves (os dois do PPS), que também estão presos, obteve na Justiça Estadual decisão ampliando o prazo para apresentação da defesa.

“Vamos colher o depoimento deles antes de seguir com as sessões aqui na Câmara. O prazo já está dado e eles deverão ser julgados até a próxima semana”, reforçou Benzi.

As investigações sobre o mensalinho foram desencadeadas em 26 de novembro, a partir do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Carlos Ruso, Osvalmir, Augusto, Caffaro e Gonçalves foram presos ao lado de outros três vereadores –Agnaldo dos Santos (PTB) e Paulo Rogério Barbosa (PMN), que também estão presos na Capital, e da pastora Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB), que cumpre prisão domiciliar em Ladário. O ex-secretário de Educação da cidade, Helder Botelho, também foi detido.

Os vereadores são acusados de receberem valores entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil mensais, por período superior a um ano, para darem apoio à gestão de Ruso, atuando nesse período para barrar uma CPI sobre a saúde. Também fazia parte do esquema a nomeação de cargos na Secretaria de Educação, com aval de Botelho.

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