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Interior

Câmara ouve servidores de hospital que está prestes a ficar sem médicos

Todos os médicos do Hospital da Vida em Dourados estão sem receber, desde junho.

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 24/07/2019 19:38
Vereadores com o diretor clínico do hospital, Raul Espinosa. (Foto:Thiago Morais)
Vereadores com o diretor clínico do hospital, Raul Espinosa. (Foto:Thiago Morais)

Diante do anúncio de uma demissão em massa de médicos do Hospital da Vida em Dourados, um grupo de vereadores se reuniu, nesta quarta-feira (24) com funcionários e a direção para apurar as deficiências da unidade.

Todos os médicos do Hospital da Vida estão sem receber, desde junho, sendo que alguns, sequer receberam os salários de maio. Oito médicos já entregaram a carta de demissão e outros pretendem seguir o mesmo caminho.

Além do presidente da Câmara de Vereadores, Alan Guedes (DEM), também estiveram no hospital o primeiro secretário da mesa diretora, Sergio Nogueira (PSDB), membros da comissão de Saúde e Higiene da Câmara, Elias Ishy, do PT e Daniela Hall, do PSD e ainda as vereadoras Lia Nogueira (PL) e Marinisa Mizogushi (PSB).

Os vereadores conversaram com alguns funcionários e pacientes, na busca por mais informações sobre o motivo das demissões. De acordo com o presidente da Câmara, os vereadores receberam várias denúncias de servidores e até mesmo o diretor clínico do hospital Raul Espinosa, admitiu a dificuldade financeira da administração, especialmente quanto ao pronto-socorro.

O grupo também se reuniu com a diretora clínica da Fundação de Saúde, Maria Izabel. Durante a reunião na tarde desta quarta, os vereadores também foram convidados para acompanhar a assembleia dos médicos que ocorrerá amanhã (25), no salão de eventos da Igreja Presbiteriana do Brasil, na cidade.

“Vamos continuar acompanhando, muito de perto, os problemas apontados pelos servidores”, comentou Alan Guedes.

Crise - O motivo das demissões seria a crise financeira que atinge a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), órgão da prefeitura que administra o hospital e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O Campo Grande News apurou que oito médicos do pronto-socorro já entregaram carta de demissão com prazo até o dia 31 deste mês.

Na assembleia desta quinta-feira (25), cada coordenador de especialidades terá cinco minutos para apresentar suas reivindicações e falar das dificuldades enfrentadas no hospital. Os gestores da saúde pública municipal também foram convidados.

Referência em atendimento de urgência e emergência e de trauma para 35 municípios da região, onde vivem pelo menos 800 mil pessoas, o Hospital da Vida sente os efeitos da crise financeira que atinge a prefeitura. Mesmo com repasse de dinheiro pelo estado e pelo governo federal, a Funsaud não consegue pagar em dia o salário dos médicos e fornecedores.

No mês passado, a empresa Intensicare, que administra os 20 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ameaçou suspender o atendimento por causa da dívida de R$ 10 milhões.

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