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Interior

Caminhada reúne 4 mil pessoas em protesto contra feminicídios

Adriano Fernandes | 21/03/2019 19:42
Manifestantes por uma das principais avenidas da cidade. (Foto: Divulgação)
Manifestantes por uma das principais avenidas da cidade. (Foto: Divulgação)

Cerca de 4 mil pessoas participaram de uma caminhada, esta tarde (21) na cidade de Costa Rica – a 305 quilômetros de Campo Grande -, em protesto contra os recentes casos de violência domésticas e feminicídios na região norte do Estado.

Vestidos de branco, com flores e bexigas em mãos os participantes também tinham em comum um sentimento de revolta. A manifestação foi planejada por um grupo de mulheres, desde a última segunda-feira (18) após o assassinato brutal de Edinalva Ferreira Melgaço, de 34 anos, na madrugada de domingo (17).

Perseguida pelo ex-esposo, José Cláudio Neres de Melo, de 39 anos, ela foi morta pelo suspeito a golpes de machadinha na via pública da cidade. O caso foi o estopim para a movimentação e a criação do grupo Mulheres de Mãos Dadas, conforme explica a professora e uma das organizadores do evento, Liliane de Campos.

“Nos últimos meses tivemos pelo menos 4 feminicídios muito visados, mas esse em especial revoltou muita gente”, comenta. Mais que uma forma de protesto, o grupo surgiu com uma proposta de ajudar as mulheres que são vítimas de agressão, no lugar onde mais teriam de se sentir seguras.

“Queremos continuar organizando ações de prevenção ao feminicídio. Falar para essa mulher que sofre assédio, empurrões ou qualquer outro tipo de agressão que ela deve procurar uma ajuda, um apoio, seja da policia ou na assistência social para que casos como o de Edinalva não venham mais a ocorrer”, explica.

Mesmo em pouco tempo de planejamento, por meio das redes sociais, as mulheres conseguiram mobilizar o poder público, Corpo de Bombeiros e até empresários que liberaram os funcionários para participar da movimentação.

A caminhada começou em frente ao Mercado do Produtor da cidade e seguiu por cerca de 15 quadras até em frente a pizzaria onde Edinalva foi assassinada. No local, uma professora leu um poema e todos oraram sobre a liderança de um padre. Em seguida os manifestantes deixaram as flores na via e estouraram as bexigas em homenagem a vítima.

Esta tarde (21) também houve manifestação em protesto aos casos de feminicídio em Chapadão do Sul, cidade vizinha de Costa Rica. Reflexo de que mesmo em meio à tantas tragédias, a mensagem de conscientização está sendo passada a diante.

“A iniciativa que partiu de 3 mulheres há menos de uma semana, hoje já conta com 15 voltuntárias, entre advogadas, membros de igreja, defensoras públicas. Não imaginávamos que tantas pessoas iam aderir ao movimento. Só quem participou da manifestação de hoje para ter uma noção de como todos estavam sensibilizados”, comemora Liliane.

O vídeo da caminhada você pode conferir abaixo. 

Brutalidade - Edinalva seguia em uma motocicleta com o filho adolescente pela Avenida José Ferreira da Costa, na região central da cidade, quando próximo a uma pizzaria foi alcançada pelo ex-marido, que estava em um Ford Ka. José jogou o veículo pra cima da vítima, que caiu da motocicleta.

Ele desceu do carro e começou a golpear a esposa com uma machadinha. Edinalva conseguiu correr, entrou na pizzaria, mas foi perseguida por José e golpeada na cabeça até a morte. José fugiu do local, mas foi preso pela Polícia Militar pouco tempo depois na mesma região. Ele confessou o crime.

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