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Interior

Cidade com histórico de morte por raiva tem 1º caso da doença neste ano

Caroline Maldonado | 11/03/2016 10:20
Para coordenadora do CCZ em Corumbá, Walkíria Arruda, cachorro na rua aumenta probabilidade da doença (Foto: Diário Corumbaense)
Para coordenadora do CCZ em Corumbá, Walkíria Arruda, cachorro na rua aumenta probabilidade da doença (Foto: Diário Corumbaense)

Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, registrou o primeiro caso de raiva animal, este ano. O cachorro tinha proprietária, mas circulava livremente pela rua. A dona do cão disse que deu vacina antirrábica, mas não se lembra se a imunização foi feita na campanha de 2015 ou somente em 2014. Em maio do ano passado, um morador da cidade, de 38 anos, morreu após ser diagnosticado com raiva humana.

Apesar do caso, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) informou que está oferecendo a vacina, mas recomendou que os moradores esperem a campanha de vacinação, que neste ano está prevista para abril e maio, quando a equipe fará imunização de casa em casa.

A coordenadora do CCZ em Corumbá, Walkíria Arruda, disse ao jornal Diário Corumbaense, que os donos podem levar os animais ao CCZ para a vacina, mas como a equipe que trabalha no local é pequena, órgão recomenda que os proprietários esperem pela campanha. “Se a pessoa quiser levar na clínica particular também pode, o necessário é dar vacinação”, disse.

Para a coordenadora, o principal problema é que as pessoas não mantêm seus animais somente nas residências. “Cachorro de casa é de casa. No entanto, mais de 50% dos cães que hoje as pessoas veem nas ruas de Corumbá têm dono. Cão de rua mesmo, a porcentagem é menor, mas as pessoas não se conscientizam. Não é por falta de divulgação na mídia. A casa onde deu positivo não era murada, então a gente classifica como cão semi-domiciliado, porque tem dono, mas tem acesso à rua”, disse a chefe do CCZ.

Contando com a morte ocorrida no ano passado, houve 63 casos de raiva em Corumbá, durante 2015. Na época, as pessoas ficaram mais atentas para não permitir que os cães circulassem livremente nas ruas, mas agora não se nota a mesma preocupação, segundo Walkiria.

Os donos argumentam que os cães precisam sair para fazer necessidades fisiológicas. “O dono condicionou o cão a fazer xixi e cocô na rua. O animal não nasceu com essa tendência, mais uma vez a culpa é do ser humano”, reclama a coordenadora.

Sintomas - Cachorros, gatos, bovinos ou equinos podem pegar raiva, que é transmitida também pela saliva e não somente pela mordida. Com a doença, o animal fica acuado, com olhar muito atento o tempo inteiro, tem aumento de salivação, fica agressivo e reservado ou apresenta comprometimento dos membros superiores, como se estivesse perdendo os reflexos. Nesses casos, é necessário procurar um veterinário ou acionar o CCZ, com urgência.

“Às vezes os sintomas da raiva podem ser muito semelhantes aos da cinomose, doença muito comum em Corumbá, mas como estamos em uma área em que houve surto de raiva, se o animal tiver qualquer alteração, procure o médico veterinário. Acho que tem que dar o direito a um diagnóstico correto porque, às vezes, as pessoas também confundem raiva com leishmaniose, mas qualquer alteração de comportamento nesse sentido, é necessário entrar em contato”, destacou Walkíria.

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