Com 3 aeronaves e 37 brigadistas, força-tarefa reforça combate às queimadas
Trabalho começou hoje, concentrando-se na região entre Corumbá e Poconé (MT) e na região da Baía Vermelha
Força-tarefa com participação de equipes de MS, MT e do Distrito Federal iniciou trabalho de combate às queimadas na região do Pantanal, onde se estima a destruição de pelo menos 100 hectares desde o mês de março. Duas aeronaves e um helicóptero estão sendo usados na operação.
O combate se concentra no Parque Nacional do Pantanal, entre Corumbá e Poconé (MT) e na região da Baía Vermelha, próxima à fronteira com a Bolívia.
Estão sendo usados dois aviões Air Tractor do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e do Distrito Federal, além de helicóptero da PM de Mato Grosso do Sul e equipe de 37 bombeiros e brigadistas. Dez bombeiros, das unidades de Jardim e Aquidauana, seguiram de barco para a Fazenda Jatobazinho, de onde serão deslocados para a área dos focos pelo helicóptero da PM/MS, que chega esta tarde na região.
O serviço de meteorologia prevê seca intensa nos próximos meses no Pantanal, que já enfrente forte calor e baixo índice de chuvas. Porém, as causas dos recentes focos de incêndio apontam para crime ambiental.
“O fogo surgiu próximo a acampamentos de pescadores profissionais, em áreas de roças na margem dos rios e também na limpeza de campos em fazendas”, disse o tenente-coronel Ângelo Rabelo, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro). A ong coordena a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar e iniciou o combate às queimadas com apoio da Marinha, Ibama, Polícia Militar Ambiental e ICMbio.
Combate - as aeronaves decolaram por volta das 9h30 do Aeroporto Internacional de Corumbá com destino à fazenda Santa Tereza, base operacional e onde os focos se concentram, próximo de morraria do Amolar, entre o rio Paraguai e a fronteira com a Bolívia. A Fazenda Santa Tereza tem pista de pouso e montou um reservatório com 10 mil litros de água para abastecer as aeronaves. A Fazenda Jatobazinho, do mesmo grupo, alojará os bombeiros.
O tenente-coronel bombeiro Waldemir Moreira Junior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros/MS, explicou que as dificuldades de acesso aos focos exigirão um esforço muito grande no combate ao fogo. “O problema é como chegar a água e o combustível para as aeronaves a uma distância de 150 km de Corumbá. Os aviões terão que retornar à cidade para abastecer duas vezes ao dia”, informou.
Moreira disse que os aviões deverão operar com capacidade limitada de água devido às dimensões das pistas de pouso. “Para carregar 3.200 litros necessitam decolar com 1.500 metros, mas as pistas não chegam a mil metros”, explicou.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo já estaria perdendo força no Parque Nacional do Pantanal. “Fizemos um primeiro sobrevoo na área e constatamos que o fogo no Parque Nacional do Pantanal tende a se extinguir, pois avança para áreas mais úmidas, que são aceiros naturais. Assim, vamos nos concentrar nos focos mais a Nordeste de Corumbá, sincronizando as operações aéreas com os combates por terra”.
A operação no Pantanal não tem data para conclusão e exige monitoramento constante para garantir a extinção dos focos. A existência de biomassa acumulada na região e a ação do homem são “combustíveis” para a propagação do fogo em grande intensidade. Somente em abril o número de focos de queimadas no município é superior a 3 mil, volume recorde em 11 anos, e as condições climáticas devem se manter com temperaturas elevadas e sem chuva.