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Interior

Comitiva de deputados questiona falta de investigação em conflito indígena

Nyelder Rodrigues | 15/06/2016 23:36
Deputados conversam com índios internados após sofrerem atentado em fazenda ocupada (Foto: Divulgação)
Deputados conversam com índios internados após sofrerem atentado em fazenda ocupada (Foto: Divulgação)

A comitiva composta por deputados federais membros do CDHM (Comissão dos Direitos Humanos e Minorias) da Câmara Federal, que chegou à Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (15), questionou a falta de apuração do ocorrido no conflito que resultou na morte de um índio e outros cinco feridos em Caarapó.

Os parlamentares chegaram em Dourados e visitam os feridos internados no Hospital da Vida. "O que mais chama a atenção é o fato de que até o presente momento, qualquer autoridade policial tenha se dirigido ao local onde estão os índios, nenhuma informação foi colhida", reclama o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), vice-presidente da comissão.

Além de Pimenta, também compõem a comitiva do CDHM em Mato Grosso do Sul o presidente da comissão, deputado Padre João (PT-MG), e os parlamentares sul-mato-grossenses Zeca do PT e Vander Loubet (PT).

"Conversamos com as vítimas, direção do hospital também. Cinco pessoas baleadas, entre elas uma criança. Uma pessoa está com quatro projéteis no corpo. Pessoas atingidas em locais vitais e até o momento nenhuma apuração. Qualquer investigação o ponto focal é ouvir a vítima", acrescenta Pimenta, que permanece no Estado amanhã.

Segundo o deputado, os índios relatam que a ação na fazenda Yvu, que resultou no conflito, foi premeditada pelos produtores, sendo realizada por mais de 100 homens fortemente armados.

"No domingo os fazendeiros foram lá com o DOF e Polícia Federal para tentar sensibilizar os índios a saíram", conta Pimenta, dizendo ainda que, conforme os indígenas, foram ameaçados após a negativa. "A Justiça existe para mediar esses conflitos, não se pode resolver as coisas dessa maneira. Isso é cometer gravíssima ilegalidade. Falamos em mortes", frisa.

A comitiva pretende visitar às 7h30 desta quinta-feira (16) a área em que ocorreu o conflita e está ocupada pelos indígenas da aldeia Te’yikuê, em Caarapó - município localizado a 283 km de Campo Grande. "Vamos dialogar com todos os setores, saber a situação de cada um. Nossa permanência no Estado vai depender da necessidade que houver", garante.

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