Corumbá fica em estado de alerta para evitar a febre Chikungunya
Após a confirmação do primeiro caso da febre Chikungunya no Estado, a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, está em alerta. O município que tem alta incidência de casos de dengue já está se preparando para possíveis casos da febre.
Os agentes de saúde fazem visitas as população e explicam os riscos da doença que é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A secretaria prevê concluir no início de novembro o plano de contigência específico para a Chikungunya, que vai facilitar o trabalho dos órgãos responsáveis pela saúde da cidade.
Segundo a médica veterinária do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), Walkiria Arruda da Silva, o plano terá um histórico da cidade e parâmetros de como classificar os níveis de incidência da doença.
“Com isso, vamos saber se está tranquilo ou em alerta, vamos ter parâmetros da nossa realidade para saber qual atitude tomar em casos da doença”, explica a Walkiria, ao lembrar que o município considera orientações e normas técnicas do Ministério da Saúde. Técnicos e agentes já tiveram uma breve capacitação sobre a febre Chikungunya com um médico infectologista de Campo Grande há alguns meses.
Embora o cuidado seja redobrado, a médica afirma que não há motivo para preocupação, pois o município está tomando todos os cuidados necessários para combater a doença, além de poder comemorar a diminuição de casos de infestação do mosquito Aedes aegypti nos últimos dois meses. “No momento estamos tranquilos, pois o penúltimo índice de infestação deu abaixo de 1% e no mês passado ficou em 0,9%”, conta.
Multa - Para Walkiria, a queda nos índices se deve a maior rigidez na lei que prevê penalidades para proprietários que mantenham áreas com focos de mosquito. A multa que até o ano passado era de R$ 250, subiu para R$ 720, com a alteração na Lei da Dengue. “Tem a parte educativa, mas tem pessoas que, infelizmente, só se conscientizam quando mexe no bolso”, opina.
Na avaliação do coordenador de Vigilância Sanitária, Luiz Arruda, a multa não altera tanto o cenário, já que muitos ainda não se atentam para os riscos da doença. “A multa para a questão da dengue eu não acho ideal, porque muitas pessoas mesmo multadas continuam fazendo. Acho que temos que mexer com a consciência da população” diz o coordenador. Segundo Luiz, após notificado proprietário tem até cinco dias para fica regular e se não cumprir as orientações dos agentes de saúde poder ser autuado por infração e pagar a multa.
Casos - Em Campo Grande, o vírus contagiou um homem de 35 anos, que estava internado em uma clínica particular desde o dia 21 de setembro e recebeu alta na última sexta-feira (17). Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), foram identificados até agora quatro casos suspeitos, sendo dois descartados e um confirmado.
De acordo com a Sesau, inicialmente foi considerada a hipótese de o paciente ter contraído a doença durante viagem para fora do Estado, porém devido a manifestação "recente" do vírus, pode ser que ele tenha sido infectado aqui.
A Chikungunya causa febre alta, cefaleia, exantema, dor muscular e nas articulações. Conforme a Organização Pan-Americana de Saúde, a letalidade da Chikungunya é rara e menos frequente em relação aos casos de dengue. O tratamento é feito para combater os sintomas, com analgésico (paracetamol), hidratação adequada e repouso.