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Interior

Diretor é dispensado do comando de presídio após série de denúncias

Antônio José dos Santos ficou quatro anos na direção da PED e acumulou acusações de irregularidades

Por Helio de Freitas, de Dourados | 25/09/2023 09:19
Policial penal em torre de observação da Penitenciária Estadual de Dourados (Foto: Divulgação)
Policial penal em torre de observação da Penitenciária Estadual de Dourados (Foto: Divulgação)

Alvo de série de denúncias de irregularidades, o policial penal Antônio José dos Santos foi dispensado nesta segunda-feira (25) da direção da PED (Penitenciária Estadual de Dourados). A portaria, assinada pelo diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), foi publicada hoje (25) no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul.

Para comemorar o fim da “Era Dos Santos”, que durou quatro anos, servidores do sistema penitenciário prometeram soltar fogos em frente ao presídio, localizado na margem da BR-163, na saída de Dourados para Campo Grande.

Além do diretor da unidade penal, a Agepen dispensou o diretor-adjunto da PED, João Lino da Silva Filho.

Para a vaga de Dos Santos, a Agepen nomeou o policial penal Rangel Schveiger, que até ontem chefiava o Cope (Comando de Operações Penitenciárias). Já em substituição a João Lino, foi nomeado o policial penal Khristian André Ribeiro Negri.

A mudança no comando da PED – o maior presídio de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 2.500 presos – ocorre menos de duas semanas após a transferência de 16 presos considerados chefes de facções e “lideranças negativas”, no dia 13 deste mês.

Entre eles estavam Aldo José Marques Brandão, o “Sheik”, condenado por tráfico de drogas. Denúncias anteriores revelaram que Aldo tinha regalias dentro do presídio. O caso segue em investigação.

Entre os demais transferidos estavam ainda Marcos Merlon, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Raio II, e Roberto Bartolomeu Pereira da Silva, o ”Bó", “voz” (líder) da chamada “oposição”, que ocupa o Raio III. Oito presos ligados ao PCC foram para o presídio Gameleira I e os oito da chamada “oposição”, entre eles Aldo Brandão, foram para a Gameleira II, ambos em Campo Grande.

No mesmo dia da operação pente-fino, Antônio José dos Santos foi convocado até a sede da Agepen na Capital, para prestar esclarecimentos sobre situações encontradas durante as buscas nas celas.

Além desse caso envolvendo suposto privilégio a presos, Dos Santos foi acusado recentemente até de desviar pães destinados ao café da manhã dos presos. Segundo denúncia feita à ouvidoria do Governo do Estado e ao Ministério Público, os pães eram destinados a alimentar galinhas na propriedade particular do então diretor.

Antes disso, Antônio José dos Santos foi denunciado por instalar criação de porcos no espaço do presídio. O caso ficou conhecido como “Fazendinha do diretor”. Sob seu comando, o presídio foi palco de escândalos envolvendo fugas e entrada de drogas, armas e celulares.

Por meio da assessoria de comunicação, a Agepen informou que a mudança na direção da PED “se dá por necessidades administrativas, assim como vem ocorrendo em outras unidades prisionais do estado”.

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