Disputa entre famílias provoca a morte de 3 na fronteira após troca de tiros
Quatro homens de grupos rivais se encontraram em estrada e trocaram tiros; só um sobreviveu
O confronto que deixou três mortos e um ferido na noite de quarta-feira (6), no Paraguai, foi mais um capítulo da guerra entre duas famílias de Paso Barreto, povoado localizado no Departamento de Concepción, a 200 km de Ponta Porã (MS). Os grupos rivais são suspeitos de ligação com o crime organizado, segundo a polícia.
Morreram na troca de tiros o suboficial da Polícia Nacional Alén Rodrigo Aguilera Espínola, 30, o amigo dele Edgar Echagüe Moreira, 23, e Rodny Daniel Meza Morel, 29. Ignacio Ariel Morel, 24, irmão de Rodny, levou sete tiros, mas sobreviveu e está internado.
Segundo a polícia, o confronto foi motivado pela longa inimizade entre os clãs familiares Morel e Echagüe, suspeitos de vários outros crimes e de envolvimento com o grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio).
A troca de tiros ocorreu em uma estrada vicinal entre Estribo de Plata e Paso Mbutu. Os amigos Edgar e Alén estavam em uma moto e os irmãos Morel em outra, seguindo em direção contrária.
Quando se encontraram, os quatro sacaram as armas e começaram a trocar tiros de curta distância. No local, os policiais encontraram 22 cartuchos deflagrados de pistolas 9 milímetros.
Entretanto, nenhuma arma foi encontrada, o que faz a polícia acreditar na participação de pelo menos outra pessoa. Outra possibilidade é que alguém tenha passado pelo local e levado as armas.
Conforme investigadores da Polícia Nacional, desde 2018, os clãs inimigos travam guerra naquela região do Paraguai. Naquele ano, a quadrilha liderada por Gustavo López Morel, 35, irmão mais velho de Rodny e Ignacio, entrou em confronto com policiais da colônia Isla Hermosa.
O suboficial Serafin Insfrán Castro, 58, morreu na troca de tiros. Acusado de liderar o grupo dedicado ao furto de gado, Gustavo está foragido desde então.
Em outubro de 2019, em represália pela morte do policial, pistoleiros mataram Ángel de los Santos Silva, 35, integrante da quadrilha de Gustavo Morel. O crime teria sido encomendado pela família Echagüe.
Em janeiro deste ano, o líder do clã Echagüe, Armando Echagüe Cañete, 52, foi assassinado a tiros e o crime atribuído à família Morel, em vingança pela morte de Ángel de los Santos.
Segundo a polícia paraguaia, Armando integrou o EPP, mas depois, para não ser preso, virou informante do governo paraguaio e ajudou as forças policiais daquele país a eliminarem importantes líderes do grupo terrorista.
A guerra entre os clãs deve continuar, pois os chefes dos dois grupos continuam foragidos. O atual líder da família Echagüe é Fredy Echagüe Moreira, sobrinho de Armando que assumiu o posto após a morte do tio.