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Donos de loja badalada serão julgados em março por lavagem de dinheiro

São nove réus no âmbito da Operação Prime, entre eles Marcel Martins da Silva, que segue preso

Por Helio de Freitas, de Dourados | 21/01/2025 11:37
Donos de loja badalada serão julgados em março por lavagem de dinheiro
Marcel Martins Silva (à esquerda), que está preso, e o irmão Valter, foragido (Foto: Arquivo)

A juíza Franscielle Martins Gomes Medeiros, da 5ª Vara Federal em Campo Grande, marcou para março deste ano as audiências para depoimento e julgamento de nove réus no âmbito da Operação Prime.

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A Operação Prime, deflagrada pela Polícia Federal em maio do ano passado, investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de cocaína, envolvendo os irmãos Marcel e Valter Martins da Silva. Marcel, atualmente preso, é acusado de liderar a organização e acumulou um patrimônio de pelo menos R$ 100 milhões em menos de três anos, mesmo após condenações anteriores na Operação Enigma. As audiências para o julgamento de nove réus estão marcadas para março de 2025, com a participação de testemunhas e réus, sendo que Valter, foragido, não faz parte deste processo. A investigação revela que Marcel mantinha registros de seu patrimônio em nuvem, incluindo imóveis de alto valor no Brasil e no Paraguai, supostamente financiados pelo tráfico de drogas em parceria com a facção PCC.

Deflagrada pela Polícia Federal em maio do ano passado contra organização acusada de lavar dinheiro do tráfico internacional de cocaína, a operação mirou esquema milionário controlado pelos irmãos Marcel Martins da Silva, que segue preso, e Valter Ulisses Martins Silva (foragido).

Marcel Martins da Silva é dono da Primeira Linha Acabamentos, balada loja de materiais de construção de alto padrão, localizada em Dourados, a 251 km de Campo Grande. O sócio dele e fundador da loja, Carlos José Alencar Rodrigues, o “Carlinhos”, está na lista de réus. Ele também segue preso.

Entre os outros réus estão Éder Mathias Bocskor, Wagner Germany, Paulo Antonio da Silva Viana e Vagner Antonio Rodrigues de Moraes – todos recolhidos em presídios de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, onde foram capturados no dia da operação.

As audiências ocorrerão nos dias 12, 13, 21, 28 e 31 de março de 2025. Nos dias 12 e 13 serão ouvidas as testemunhas de acusação, entre as quais os policiais federais que participaram das investigações.

No dia 21 serão ouvidas as testemunhas de acusação remanescentes e as testemunhas de defesa de todos os réus. Nos dias 28 e 31 de março ocorrerá o depoimento de testemunhas de defesa faltantes (se houver), e o interrogatório dos réus.

A juíza determinou que as audiências ocorram de forma presencial, com exceção de réus presos e testemunhas residentes em outras cidades, que poderão participar por videoconferência. Como a denúncia contra Valter Ulisses foi desmembrada por causa da fuga, ele não faz parte desse processo.

Donos de loja badalada serão julgados em março por lavagem de dinheiro
Viatura da PF em frente à Primeira Linha, no dia 15 de maio de 2024 (Foto: Leandro Holsbach/Arquivo)

Milionário – Acusado de liderar o esquema internacional de tráfico de drogas, Marcel Martins da Silva amealhou patrimônio de pelo menos R$ 100 milhões em menos de três anos. Ele segue recolhido na Penitenciária Gameleira 2, em Campo Grande.

Conforme a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o “milagre da multiplicação” da riqueza dos Martins ocorreu após Marcel, Valter e o pai serem presos e condenados no âmbito da Operação Enigma, deflagrada pela PF em 2017 contra esquema de tráfico baseado em Curitiba e outras cidades paranaenses.

Após cumprir pena, os irmãos se instalaram em Dourados, onde se tornaram sócios de empresas no ramo de obras e materiais de construção. Mesmo com o patrimônio bloqueado judicialmente na Operação Enigma, a fortuna dos Martins cresceu exponencialmente após se instalarem em Mato Grosso do Sul. A investigação da PF afirma que o dinheiro veio do comércio de cocaína, supostamente em sociedade com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

Detalhes das investigações revelam que Marcel Martins Silva armazenava em nuvem a lista de seu milionário patrimônio, considerado “lícito”. No arquivo, constam imóveis no Paraná, terrenos e casas de alto padrão em condomínios de luxo em Dourados, apartamentos em Campo Grande e nos litorais de Santa Catarina e Bahia.

Também fazem parte da lista os imóveis urbanos e rurais comprados por Marcel Martins em território paraguaio. Um deles é prédio localizado no centro de Pedro Juan Caballero, avaliado em 5 milhões de dólares.

A anotação encontrada em nuvem (arquivos armazenados de forma online) revelou que Marcel Martins Silva tem R$ 35,4 milhões em imóveis e veículos no Brasil; 10 milhões de dólares em imóveis no Paraguai; R$ 16,5 milhões em cotas nas empresas das quais é sócio e 1,9 milhão de dólares em créditos a receber de outros envolvidos no esquema.

“Sem mencionar a possível ilicitude no recebimento de cada um destes rendimentos, ainda que Marcel e família (esposa e dois filhos) não tivessem qualquer despesa ao longo dos meses, seriam necessários mais de 100 anos para que se atingisse o montante de R$ 115 milhões”, diz trecho da denúncia, recebida pela Justiça Federal.

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