Em ato contra corrupção, juiz pede mais participação na política
Eduardo Trevisan, juiz eleitoral de Naviraí, disse a política precisa deixar de ser “reinado de quem não deu para nada na vida”
Ao lançar o Movimento Naviraiense Contra a Corrupção e pela Ética, ontem à noite em Naviraí, a 366 km de Campo Grande, o juiz eleitoral Eduardo Lacerda Trevisan pediu mais participação da população na política.
Ao discursar no plenário da Câmara de Vereadores do município, onde os 13 vereadores eleitos em 2012 foram afastados por corrupção, Trevisan disse que a política não pode ser “espaço para o reinado daqueles que não deram para a vida e por isso resolvem entrar nela".
Estudantes, promotores de justiça, defensores públicos, presidentes de associações de moradores, diretores escolares e representantes de entidades, entre eles o presidente da Associação Comercial de Naviraí, Mário Sakuno, participaram do lançamento do ato.
Até o final do ano, o movimento terá palestras em escolas e nos bairros, para reforçar na população a necessidade de combater a corrupção e defender mais éticas na política. Um concurso de redação sobre o tema será realizado entre estudantes do ensino médio.
Mais participação da política – Conforme o site Sul News, Eduardo Trevisan disse que a “sociedade de bem” tem que agir contra os corruptos, participar ativamente da política ou no mínimo se inteirar mais das ações. “Aqueles que não gostam de política acabam sendo governados por quem gosta e os que gostam, guardadas as raras e boas exceções, são os piores exemplares que existem entre aqueles que estão no convívio social”, afirmou o magistrado.
“As pessoas corretas cedem lugar para estes que não fazem nada e por isso têm o dia todo para calcular como poderão usar para si o dinheiro público. Por não participar da política, a pessoa de bem cede espaço para esta mediocridade, esse tipo de gente que não pensa no futuro e só quer o ganho imediato", declarou Eduardo Trevisan, que antes de ser juiz foi prefeito de Cornélio Procópio (PR) aos 22 anos de idade, e deputado estadual no Paraná, na década de 1990.
“Pegue o dinheiro, mas não vote nele” – Trevisan pediu para o eleitor manter a postura ética durante as campanhas eleitorais. "Quando algum candidato oferecer dinheiro ou favores em troca de voto, pegue o dinheiro oferecido pelo corrupto e não vote nele, que Deus vai saber e vai te entender e ficar ao seu lado".
Segundo o juiz eleitoral, quando o político é eleito comprando voto acredita que não tem mais compromisso com o eleitor, pois deu dinheiro ou fez favores em troca do apoio. Trevisan disse que votar consciente inclui exigir do eleito os compromissos que ele firmou na campanha.