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Interior

Empresário nega assassinato e diz que filho era ameaçado por cobrador

Osmar Pinheiro de Souza alegou que nem conhecia Fernandes Donizete, versão desmentida por testemunha

Helio de Freitas, de Dourados | 02/06/2023 10:38
Empresário nega assassinato e diz que filho era ameaçado por cobrador
Empresário preso por assassinato de cobrador quando era conduzido à delegacia (Foto: Adilson Domingos)

Preso ontem (1º) pela morte do cobrador Fernandes Donizete de Oliveira, 49, o empresário Osmar Pinheiro de Souza, 53, negou envolvimento no crime e disse que nem conhecia a vítima. Fernandes foi assassinado a tiros no dia 21 de abril deste ano em Dourados (a 251 km de Campo Grande), quando seguia pela BR-163 em sua picape Fiat Toro.

Em depoimento à Polícia Civil, Osmar disse que seu filho, Fernando Bonfim de Souza, 34, havia contratado os serviços de Fernandes Donizete para cobrar dívidas deixadas por clientes da empresa da família, uma oficina de manutenção de máquinas empilhadeiras.

Segundo a versão dele, Fernando estaria sendo ameaçado pelo cobrador após desacerto sobre o serviço contratado. Fernando também foi preso ontem. Ele é apontado como autor dos disparos contra Fernandes Donizete.

O inquérito sobre o assassinato está em sigilo, mas o Campo Grande News teve acesso ao termo de prisão em flagrante de Osmar Pinheiro de Souza por posse ilegal de arma. Osmar foi autuado porque o revólver calibre 38 usado no assassinato foi encontrado na empresa dele, localizada no bairro Vival dos Ipês.

Em depoimento ao delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), o empresário alegou que o revólver pertencia a seu falecido sogro, que trabalhava como vigia. Ele disse saber da existência da arma na empresa, mas alegou desconhecer que seu filho a usasse. Fernando Bonfim de Souza trabalha com o pai na oficina. A versão apresentada por ele sobre o assassinato ainda não foi revelada pela polícia.

Osmar alegou não conhecer Fernandes Donizete. Disse que o cobrador tinha ido na empresa em certo dia para conversar com seu filho sobre as cobranças, mas afirmou não saber detalhes da tratativa. Disse que apenas ficou sabendo depois das supostas ameaças feitas por Fernandes.

Entretanto, a versão é desmentida por uma testemunha ouvida ontem na delegacia. O funcionário da oficina disse que Fernandes foi até o estabelecimento no ano passado e teria sido recebido pelo patrão, Osmar Pinheiro de Souza.

Empresário nega assassinato e diz que filho era ameaçado por cobrador
Viaturas da polícia na casa do filho de empresário, onde Civic estava escondido (Foto: Divulgação)

Sobre o assassinato, o empresário disse que na tarde de 21 de abril, feriado de Tiradentes, seguia da empresa para sua casa no Parque das Nações II, na picape Strada branca. Seu filho, Fernando, seguia no mesmo sentido pilotando o Honda Civic prata. Segundo Osmar, o filho iria visitar a mãe, que estava adoentada.

O empresário alegou que em determinado ponto da rodovia, ouviu tiros e diminuiu a velocidade para ver o que estava acontecendo. Ao ouvir outros disparos, acelerou e foi embora, temendo que o alvo fosse ele. Osmar alega não saber o que aconteceu entre seu filho e o condutor da Fiat Toro (Fernandes Donizete) naquele momento, na estrada.

Com base em imagens das câmeras da concessionária CCR MSVia, a investigação da Polícia Civil revelou que a Strada de Osmar e o Civic de Fernando perseguiam a Fiat Toro de Fernandes Donizete.

Em determinado ponto da rodovia, os dois diminuíram a velocidade. Foi quando ocorreram os tiros. Depois, os dois veículos fugiram em direção ao Parque das Nações. Atingido no peito, o cobrador conseguiu dirigir a picape por alguns metros, mas depois perdeu o controle e saiu da pista. Ele morreu dentro do carro.

A Strada branca foi apreendida na oficina. O Civic prata foi encontrado na casa de Fernando Bonfim de Souza, no bairro Sitioca Campo Belo. O funcionário da oficina, ouvido ontem pela polícia, contou que o Civic sempre era usado por Fernando, mas em abril o carro não foi mais visto na empresa. Fernando teria alegado que o carro estava guardado, por causa com documento atrasado.

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