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Interior

Empresários protestam para reabrir lojas; “ou morre de vírus ou de fome”

Líder de movimento defende discurso de Bolsonaro e diz que é preciso cuidar dos idosos; “o resto precisa voltar para a guerra”

Helio de Freitas, de Dourados | 27/03/2020 09:41
Empresários de Dourados durante carreata nesta sexta-feira para cobrar retomada do setor produtivo (Foto: Adilson Domingos)
Empresários de Dourados durante carreata nesta sexta-feira para cobrar retomada do setor produtivo (Foto: Adilson Domingos)

Protesto na manhã desta sexta-feira (28) cobra a retomada das atividades econômicas em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Em carreata iniciada no Parque Antenor Martins, na região oeste da cidade, empresários, principalmente do comércio, seguem pela Avenida Marcelino Pires e vão até a sede da prefeitura, na Rua Coronel Ponciano.

Caminhões, ônibus de turismo, carros de passeio e caminhonetes foram levados para o ato. Segundo os organizadores, são pelo menos quatro quilômetros de carreata. Alguns veículos carregam bandeiras do Brasil e os manifestantes vestem verde e amarelo.

A segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul está em quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus. Mesmo sem nenhum caso confirmado até agora, a prefeita Délia Razuk (PTB) determinou o fechamento do comércio, bares, lanchonetes e casas noturnas, suspendeu o funcionamento de vários outros setores produtivos e decretou toque de recolher das 22h às 5h.

O protesto ocorre menos de três dias após o presidente Jair Bolsonaro defender, em discurso à nação, a retomada da produção nacional. Um dos organizadores do protesto, o empresário Paulo Sergio Fernandes Rosas disse que é hora cuidar dos idosos, mas também de voltar ao trabalho.

“O Brasil está abrindo, temos de abrir também. Dourados não tem nenhum caso confirmado do novo coronavírus. Perdemos uma semana de bobeira. Já tem gente apavorada querendo demitir funcionário. Queremos que a prefeita nos libere para voltar a trabalhar já na segunda-feira (30)”, afirmou Paulo ao Campo Grande News.

Paulo afirma que o grande temor do setor produtivo é a quarentena se prolongar, como ocorre em outros países, como Itália e China. “O governo fala para ficar 15 dias em casa. Se isso fosse verdade, a gente dava férias coletivas e não teria prejuízo para as empresas. Mas a Itália está há mais de 30 dias fechada e a China há quase três meses. Os médicos falam em confinamento de dois a três meses. Quem aguenta ficar 60 dias dentro de casa? E a hora que a comida acabar, o campo parar de produzir?, questiona.

Paulo Rosas disse que o objetivo do protesto de hoje é chamar a atenção da prefeita para a necessidade de retomar a produção para evitar demissões. “Tenho 32 funcionários, se a prefeita não reabrir o comércio, de imediato terei de demitir quatro. O remédio que estão aplicando vai matar de qualquer jeito, ou de vírus ou de fome”. Os empresários esperam ser recebidos por representantes da prefeitura. A prefeita ainda não se manifestou sobre o protesto.

Veja o vídeo do protesto:



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