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Interior

Envio de cocaína para a Bélgica envolvia 4 empresas, incluindo a de brasileiros

Policiais paraguaios foram aos endereços das empresas em 5 cidades paraguaias

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 09/04/2021 21:00
Barracão de uma das empresas que enviavam drogas para a Bélgica. (Foto: Senad)
Barracão de uma das empresas que enviavam drogas para a Bélgica. (Foto: Senad)

A Polícia Paraguaia apurou que o esquema de envio de cocaína do país vizinho para a Bélgica, descoberto após a apreensão de quase 11 toneladas de cocaína, há uma semana, era gerido por quatro empresas. Uma delas é a fornecedora de pneus Neumáticos Guairá Empresa, que pertence a um casal de brasileiros e que tem sede em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande.

As empresas Artis S.A, Notia S.R.L. e Maxigrains S.A também serviam como base de operações do tráfico, conforme a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).

Policial vasculhando documentos encontrados em um dos endereços. (Foto: Senad)
Policial vasculhando documentos encontrados em um dos endereços. (Foto: Senad)

Nesta sexta-feira (09) os investigadores da delegacia especializada fizeram buscas nas casas dos responsáveis das empresas em Assunção, Capital do Paraguai. Os agentes também foram até endereços nas cidades paraguaias de Villeta, Luque, na filial da Neumáticos em Mariano Roque Alonso e em Villa Hayes. A operação foi batizada de "Conexão Budapeste".

A Neumáticos Guairá, cuja razão social é NG S.A., é de propriedade de Francisco Xavier Gonzales, de 65 anos, e da mulher dele, Vanessa Audi Machado, 53, residentes em Pedro Juan Caballero. A empresa de pneus teve o nome envolvido na carga de quase 11 toneladas de cocaína apreendida no dia 2 deste mês, Sexta-Feira Santa, no porto de Antuérpia, na Bélgica.

Conforme o Ministério Público do Paraguai, a empresa da fronteira aparece como exportadora da carga de peças de couro embarcada no porto de Villeta, no Rio Paraguai, no dia 12 de fevereiro deste ano. Oficialmente, a empresa atua na importação e exportação de pneus, mas dessa vez a carga levava artefatos de couro bovino.

Do porto paraguaio, o contêiner seguiu até o porto de Buenos Aires na Argentina, onde chegou no dia 26 de fevereiro. Dois dias depois zarpou em direção a Europa e chegou ao porto de Antuérpia no mesmo dia em que a cocaína foi apreendida.

Policiais na casa de um dos suspeitos de envolvimento no esquema. (Foto: Senad)
Policiais na casa de um dos suspeitos de envolvimento no esquema. (Foto: Senad)

Já a ARTIS SA teria sido a responsável pelo envio de mais 1.131 quilos de cocaína, que foram apreendidos entre sacos de farinha de soja, dentro de contêineres, neste mesmo porto em  18 de junho do ano passado, conforme informações repassadas pelas autoridades belgas à inteligência da Senad.

Em ambos os casos as cargas foram destinadas à Fritz Comapany de Israel, que sequer havia feito qualquer pedido à empresa paraguaia. As informações e o material apurado pelos Agentes Especiais da Senad estão sendo analisados pelo Ministério Público do Paraguai. Entre junho de 2020 e sexta-feira da semana passada, pelo menos 40 toneladas de cocaína que saíram em navios do Paraguai foram apreendidas em portos da Europa, principalmente na Bélgica e em Hamburgo, na Alemanha.

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