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Interior

Estudantes ocupam prédio da UEMS contra reformas do Governo Federal

Universitários protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, do governo federal

Anny Malagolini | 29/10/2016 17:09
Universidade amanheceu ocupada por estudantes (Foto: Reprodução)
Universidade amanheceu ocupada por estudantes (Foto: Reprodução)

Estudantes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, em Paranaíba – a 422 quilômetros de Campo Grande, iniciaram a ocupação da unidade na noite de sexta-feira (29), em protesto contra as medidas propostas pelo governo federal. A Universidade Federal da Grande deve aderir ao movimento na segunda-feira, dia 31.

Os universitários protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, do governo federal, que limita por 20 anos os gastos públicos – incluindo a área de Educação. Ela foi aprovada na terça-feira (25), em segundo turno, no plenário da Câmara dos Deputados. A PEC  já está no Senado Federal, e na Casa tornou-se a matéria 55/16.

Até então, duas escolas secundaristas em Mato Grosso do Sul tinham sido ocupadas. Ambas localizadas no assentamento Itamarati, em Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande. Em todo o Brasil já são 1.108 instituições de ensino ocupadas. O Estado do Paraná concentra a maior parte das ocupações. São 851 unidades.

Na cidade sul-mato-grossense, a adesão foi decidida em assembleia, na noite de ontem, pelos alunos de Direito, Ciências Sociais e Pedagogia – as três graduações oferecidas pela instituição. Assim como tem ocorrido em outros locais, os estudantes passam o dia dentro da unidade de ensino, promovem debates, palestras e em alguns casos atividades culturais. A permanência é por tempo indeterminado.

Em nota, o movimento estudantil informou que “a ocupação encontra-se em processo de organização e planejamento das atividades que serão realizadas diariamente, atividades que envolvem organização interna (alimentação, limpeza, segurança, comunicação, etc.) como também atividades de caráter público, político e informativo para estabelecer diálogos com a comunidade universitária, estudantes secundaristas e também com moradoras e moradores de Paranaíba”.

Um acadêmico do curso de Ciências Sociais – que preferiu não ter sua identidade revelada -, contou que o Movimento entrou em contato com a reitoria e gerência da universidade, que “não se posicionaram contra a ação”. “Até porque é uma ocupação pacífica, em prol do ensino superior, de qualidade”, explicou.

Segundo ele, a adesão é grande, inclusive por parte dos professores. “Poucos se manifestaram contra a ocupação”. A articulação indica que a Universidade Federal de Dourados amplie o movimento no Estado a partir de segunda-feira (31). A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – ao todo 11 campi – está em período de férias, e por isso não deve aderir ao movimento.

O estudante avisou que os serviços que a unidade presta ao público vai continuar funcionando, como o Núcleo de praticas jurídico, medição e conciliação dentro da universidade.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, deu prazo até o dia 31 de outubro para que as escolas e institutos federais sejam desocupados. Caso isso não ocorra, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão suspensas nas localidades ocupadas.

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