Família de fazendeiro de MS pagou 40 mil dólares a sequestradores
Irineu Bello, o filho dele e o capataz da fazenda foram libertados no início da noite em Pedro Juan
O fazendeiro sul-mato-grossense Irineu Bello, 74, do filho dele Diulio Orestes Bello, 25, e o capataz de nacionalidade paraguaia Potasio Barrios Portillo, 47, sequestrados ontem (1º) na fronteira, foram libertados após pagamento de resgate.
Na manhã desta sexta-feira, a promotora de Justiça do Paraguai Reinalda Palacios afirmou à imprensa fronteiriça que a família de Irineu pagou 40 mil dólares aos sequestradores. Pela cotação de ontem, o valor chega a R$ 208 mil. A família das vítimas ainda não se manifestou sobre o caso.
Residente em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), Irineu Bello, o filho e o funcionário foram levados por homens armados de sua fazenda, a “4 Irmãos”, localizada na Colônia Mafucci, a 8 km do centro de Pedro Juan Caballero. A área é destinada ao plantio de soja.
Inicialmente, jornais paraguaios informaram que o filho do produtor e o peão tinham sido libertados logO após o sequestro para avisar a família e providenciar o resgate de 150 mil dólares.
À noite, no entanto, o comissário da Polícia Nacional Mario Vallejos confirmou que os três ficaram toda a tarde em poder dos sequestradores e foram soltos no início da noite. A polícia paraguaia ainda não divulgou detalhes de onde ocorreu a libertação.
A promotora confirmou que o pedido inicial dos bandidos foi de 150 mil dólares. “Com o transcurso das horas, aceitaram reduzir o valor para 40 mil dólares, que foram levados até as imediações do local do sequestro por um dos filhos [de Irineu Bello]”, afirmou Reinalda Palacios.
Segundo ela, o sequestro foi praticado por pelo menos sete homens armados que falavam português. A linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã é base de organizações criminosas brasileiras que atuam principalmente no tráfico de drogas e de armas.
O comissário Nimio Cardozo, chefe do departamento antissequestro da Polícia Nacional, informou que os indícios são de criminosos comuns, afastando a possibilidade de o sequestro ter sido praticado por grupos guerrilheiros atuantes na região norte do Paraguai.
Equipes da FTC (Força-Tarefa Conjunta) procuram os sequestradores em áreas de mata nos arredores da propriedade onde ocorreu o sequestro. O local fica a menos de 6 km em linha reta de Mato Grosso do Sul.