Família encontra larvas em boca de idoso internado e vai à polícia
A família de um idoso de 82 anos procurou a Polícia Civil após encontrar larvas na boca do paciente que está internado no Hospital da Vida, em Dourados, distante 233 quilômetros de Campo Grande. Ao ser questionado pelas filhas, o médico justificou a situação afirmando que a unidade estava superlotada e falta um hospital regional na cidade.
De acordo com boletim de ocorrência, as duas filhas foram visitar o pai e ao entrar no quarto perceberam que havia larvas na boca do idoso. As mulheres reclamaram para a enfermeira chefe, mas a profissional disse que a situação era comum e que as moscas entravam na boca dos pacientes, porque a porta do quarto ficava aberta.
Revoltadas, as filhas do paciente reclamaram para o médico, que disse que sua equipe é competente e a culpa era do "governo, que não constrói um hospital regional para diminuir o excesso de gente no local". O caso foi registrado como perigo para a vida ou saúde de outrem na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do município.
Sindicância – A direção da Funsaúde (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), que gerencia o Hospital da Vida, informou ao Campo Grande News que uma sindicância será instaurada para apurar se houve negligência por parte dos funcionários e afirma que medidas administrativas serão adotadas, caso fique comprovada falha no atendimento ao paciente. Entretanto, a fundação considera o problema um caso isolado.
Segundo a direção, o paciente, morador em Itaporã, tem mais de 80 anos e está em coma, entubado, desde que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ele permanece internado na chamada “ala vermelha”, onde ficam os pacientes em estado mais grave. Nesse espaço, as portas são abertas algumas vezes durante o dia.
“É um fato lamentável, que não vai ficar sem uma profunda investigação. Mas trata-se de um caso isolado. O Hospital da Vida passou por reforma, melhorou o atendimento à população. O quarto em que o paciente está tem cama nova, equipamentos novos. A Funsaúde já está tomando as providências”, informou a fundação.